A UEFA abriu esta segunda-feira um inquérito disciplinar ao Qarabag, clube de futebol do Azerbaijão, devido a uma mensagem de ódio de um seu dirigente dirigida aos arménios, opositores no conflito que os dois países mantêm em Nagorno-Karabakh.

“Foi nomeado hoje um inspetor de ética e disciplina para conduzir uma investigação disciplinar sobre as declarações feitas nas redes sociais por um responsável do Qarabag FK”, disse, em comunicado, o órgão que dirige o futebol europeu.

A Federação de Futebol da Arménia (FFA) exigiu no sábado a exclusão do Qarabag das competições europeias, justificando-o com o facto do seu responsável pela comunicação, Nurlan Ibrahimov, ter apelado para “matar todos os arménios, jovens e velhos, sem distinção”. “Ele também justificou o facto de a Turquia ter cometido um genocídio arménio”, sobretudo entre 1914 e 1917, e que matou entre 800 mil e 1,8 milhões de cidadãos, acrescentou a FFA. A federação revela que Ibrahimovic “já apagou a postagem, contudo centenas de usuários conseguiram vê-la e gravá-la”.

O clube do Azerbaijão foi fundado em 1951 na agora cidade proibida de Aghdam, localizada em Nagorno-Karabakh, e da qual hoje restam somente ruínas, tendo sido abandonada depois de sucessivos ataques dos países na contenda que a destruíram por completo.

Na Liga Europa, no grupo I o Qarabaq começou por perder em Israel frente ao Maccabi Tel Aviv, por 1-0, seguindo-se novo desaire, agora em casa, com os espanhóis do Villarreal, por 3-1. Na quinta-feira visita os turcos do Sivasspor. Há duas semanas, os jogos internacionais de clubes e de seleções na Arménia e no Azerbaijão foram suspensos pela UEFA, com o organismo europeu do futebol a justificar a decisão com a situação de insegurança em Nagorno-Karabakh.

Depois da queda da União Soviética, o território de Nagorno-Karabakh regressou ao controlo de forças arménias, em 1993, uma vez que era deste país a maior parte da sua população, mas o Azerbaijão nunca reconheceu essa perda e, em termos internacionais, o mesmo ainda lhe pertence. Atualmente, a região é governada República de Artsaque, que não tem reconhecimento internacional.

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