Uma plataforma de sete sindicatos, que representam trabalhadores da TAP, lamentou esta sexta-feira não ter sido recebida pelo Governo no âmbito do processo de reestruturação, do qual discorda, segundo um comunicado.

Na nota, assinada pelo Sindicato dos Economistas (SE), Sindicato dos Engenheiros (SERS), Sindicato dos Contabilistas (SICONT), Sindicato das Indústrias Metalúrgica e Afins (SIMA), Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC), Sindicato dos Quadros da Aviação Comercial (SQAC) e pelo Sindicato dos Técnicos de ‘Handling’ de Aeroportos (STHA), as estruturas consideraram “inexplicável”, o “formato de intervenção ‘escolhido’ pelo Governo português” que confere à TAP “a condição única (na Europa a 27 países) de resgate de emergência”.

“No dia 10 de junho, o Governo anunciou que a Comissão Europeia havia aprovado a intervenção do Estado português no grupo TAP, em formato de resgate de emergência para posterior plano de reestruturação, com seis meses para devolver o montante total da ajuda, quando as congéneres têm maturidades de devolução até sete anos”, garantiu a estrutura sindical, dando o exemplo da alemã Condor “que estava falida em dezembro de 2019, mas recebeu 550 milhões de euros em 27 de abril de 2020”.

A plataforma recordou que, em junho, foi recebida na Presidência da República, mas lamentou não ter estado em nenhuma reunião com outra instituição desde março, nomeadamente com o Governo que, segundo a mesma nota, se limitou a “receber os sindicatos ‘amigos & alinhados’, permitindo propalar que estão em contacto permanente com os sindicatos do grupo TAP, o que constitui uma vergonhosa inverdade”, acusou.

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Na mesma nota, a plataforma criticou que em 16 de junho, o Governo português tenha anunciado “que a ‘reestruturação da TAP não passa, inevitavelmente, por despedimentos’ e que ‘quer envolver os sindicatos no processo’, acrescentando que ‘há várias formas de fazer uma reestruturação da empresa”, depois de uma reunião com sindicatos que estas estruturas dizem estar “alinhados” com a tutela.

A plataforma revelou ainda que em 4 de setembro foi convocada para uma reunião “com a administração da TAP e consultores da BCG – Boston Consulting Group”, para ser ouvida “sobre o processo de reestruturação do grupo. Desde então não houve qualquer interação entre estes sindicatos e a administração do grupo, não obstante vários pedidos”, lamentou a estrutura.

“Estes sete Sindicatos terão que participar em qualquer que seja o futuro, por imperativos legais, já que os democráticos não se observam, pelo que desde já afirmamos que não aceitaremos ser colocados perante factos consumados, seja por que razão for”, rematou a plataforma.