A Fenprof mostrou-se este domingo desiludida com as medidas do Governo para as escolas nesta fase de estado de emergência e criticou a falta de diálogo sobre as tarefas a desempenhar pelos professores sem componente letiva.

Em comunicado, a Federação Nacional dos Professores refere que se esperava “muito mais do Governo, tendo em conta que o número de novos infetados no país sobe de forma acelerada” e que se reflete no número de escolas que têm ou já tiveram casos de Covid-19, que, segundo um levantamento feito pela Fenprof são mais de 600.

Entre as medidas anunciadas no sábado pelo primeiro-ministro, para vigorarem nesta primeira fase do estado de emergência, consta a possibilidade de medição da temperatura à entrada das escolas, a realização de testes e, ainda, o envolvimento de professores sem componente letiva no rastreio de casos, estando já sinalizados 128.

“O Governo não negociou ou, sequer, dialogou com os sindicatos sobre que atividade se pretende atribuir aos docentes”, critica a federação, questionando: “Quem são estes professores sem componente letiva, os que, eventualmente, ainda se encontrem em situação de ‘horário-zero’, os que não têm componente letiva atribuída por razões de doença, ou os que estão em casa por integrarem grupo de risco, impedidos de desenvolverem teletrabalho”.

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Quanto à medição da temperatura à entrada das escolas, outra das medidas anunciadas no sábado, a Fenprof lembra que isso já acontece em alguns estabelecimentos e que “a única novidade é a possibilidade de quem recusar estes procedimentos poder ser impedido de entrar ou permanecer nas escolas.

Sobre a realização de testes, “lamenta que o Governo mantenha uma situação marcada por uma grande diferença de procedimentos perante situações semelhantes”, sustentando que “esta incoerência de procedimentos, a par da falta de clareza que continua a existir em relação ao que se passa nas escolas, contribui para que se estabeleça um clima de insegurança e desconfiança nada desejável”.

Para que as escolas se possam manter abertas, é preconizado “distanciamento físico, desde logo nos espaços fechados, testes generalizados, em particular quando surgem casos de infeção, e reforço do número de assistentes operacionais, muito acima dos que foram anunciados, para garantir a limpeza e desinfeção”.