A candidata presidencial Ana Gomes afirmou esta segunda-feira ter-se sentido “honrada e encorajada” pelo apoio que recebeu de Manuel Alegre, destacando o papel deste dirigente histórico socialista em defesa da democracia e na “resistência ao fascismo”.
Numa nota escrita enviada ao jornal Público, Manuel Alegre manifestou o seu apoio à candidatura presidencial de Ana Gomes, salientando a sua “brilhante” carreira enquanto diplomata, o facto de ser “uma mulher da esquerda democrática” e de travar um permanente combate contra a corrupção e contra os populismos de extrema-direita.
Em declarações à agência Lusa, Ana Gomes disse sentir-se “muito honrada e muito encorajada” e adiantou que tudo fará para “merecer” o apoio que lhe foi dado por Manuel Alegre, “assim como por parte de outros insignes socialistas”.
Manuel Alegre é um destacadíssimo militante do PS, conheço-o desde os tempos da Rádio Voz de Argel, antes do 25 de Abril de 1974, quando tinha um papel notabilíssimo a difundir notícias para Portugal que eram escondidas pelo regime fascista. Conheço a magnífica poesia de Manuel Alegre, cantei-a em menina e, portanto, é para mim uma honra tremenda dispor do seu apoio. Sinto-me com mais força e mais ânimo para enfrentar os desafios que temos pela frente, reagiu a ex-eurodeputada socialista.
Ana Gomes referiu ainda que, para si, “Manuel Alegre vem mesmo antes da existência do PS, partido que foi fundado em 1973, em Bad Münstereifel , na Alemanha”.
“Para mim, Manuel Alegre, antes de ser socialista, é um extraordinário democrata e um resistente ao fascismo”, acrescentou a diplomata.
Na declaração escrita esta segunda-feira enviada ao jornal Público, Manuel Alegre faz um balanço positivo do mandato do atual Presidente da República, salienta a “amizade e generosidade” do chefe de Estado em relação a si, mas frisa que Marcelo Rebelo de Sousa não é da sua família política.
“Apoio Ana Gomes pela sua coragem, pela sua brilhante carreira profissional, pelo seu excecional contributo à causa de Timor-Leste, pelo rigor e desassombro com que desempenhou as funções de eurodeputada, pela frontalidade com que tem lutado pela causa da transparência, contra a promiscuidade entre negócios e política“, escreve o dirigente histórico socialista, considerando ainda que a diplomata se distingue “pelo seu patriotismo e pelo seu sentido de Estado”, o que confere garantias de que “saberá sempre defender os valores permanentes de Portugal”. Neste mesmo texto, Manuel Alegre define Ana Gomes do ponto de vista político-ideológico como “uma mulher da esquerda democrática que não teme as causas difíceis”.
“Há quem se incomode com o seu estilo. O país precisa de quem saiba incomodar os interesses instalados, os corruptos, os oportunistas, os que, de um modo ou de outro, contaminam a vida pública. Sei que Ana Gomes saberá enfrentar o populismo e a extrema-direita e lutará sempre para fortalecer a democracia e o Estado social”, conclui o ex-candidato nas eleições presidenciais de 2006 e 2011.