A carreira do Passat está prestes a terminar – algo que seria inimaginável há uns tempos, mas que agora a Automotive News Europe dá como praticamente certo: em 2023, a berlina alemã sai de cena nos mercados norte-americano e europeu. Contudo, não será a única visada nos reajustes da marca alemã às tendências do mercado, pois também o sedan Arteon, que foi recentemente renovado, não deverá ter sucessor.
Esta é a resposta do fabricante de Wolfsburg à crescente queda nas vendas deste tipo de carroçaria, especialmente na Europa, mercado onde os consumidores preferem claramente opções mais versáteis e familiares, como as carrinhas. Daí que, num e noutro caso, escape a Passat Variant e a nova Arteon Shotting Brake.
Com mais de 30 milhões de unidades vendidas em oito gerações, o Passat que hoje se encontra nos concessionários é produzido em Emden, na Alemanha, lado a lado com o Arteon. Mas esta fábrica vai passar a dedicar-se exclusivamente a carros eléctricos, pelo que o próximo Passat Variant deverá ser construído na fábrica de Bratislava, Eslováquia, local para onde também será transferida a produção do Skoda Superb, que actualmente sai de Kvasiny, na República Checa.
O Passat desaparece, nos referidos mercados, alegadamente “para reduzir a competição interna”. Ou seja, abrindo espaço para que o Skoda Superb passe a dominar as vendas. Já o Arteon, que nunca foi expressivo nas vendas, não deverá ter sucessor quando chegar ao fim da sua vida comercial. Mantendo-se a Variant (não é evidente se há futuro para a Alltrack) e o Arteon Shooting Brake, a representação da Volkswagen no segmento D passará a ser assegurada por um sedan eléctrico, também ele assente na plataforma MEB, a mesma que está ao serviço do ID.3 e ID.4.
Para já, essa nova proposta é apenas conhecida pelo nome de código Aero B, mas o mais natural é que se venha a chamar ID.5. Previsto para 2025, este projecto inclui sedan e carrinha, oferecendo o espaço interior equivalente ao do antigo Phaeton. O CEO da Volkswagen North America, Ralf Brandstätter, revelou ainda que este modelo terá uma autonomia de cerca de 700 km em WLTP, o que significa que a marca alemã ou confia no avanço da tecnologia das baterias, ou acredita ter bases para estender o alcance à conta de uma aerodinâmica mais trabalhada.
De recordar que o renovado Arteon foi recentemente introduzido em Portugal, inclusivamente a nova carroçaria Shooting Brake. No lançamento estão disponíveis duas alternativas a gasóleo, o 2.0 TDI de 150 e de 200 cv. Mais tarde, em data ainda não anunciada, chegará a motorização híbrida plug-in. O eHybrid de 218 cv combina um potente motor a gasolina com uma unidade eléctrica, permitindo circular em modo eléctrico durante vários quilómetros. Quantos, oficialmente ainda não se sabe, mas o responsável pelo Departamento de Desenvolvimento da VW, Frank Welsh, garante que “a autonomia 100% eléctrica é tao grande que muitos condutores do Arteon eHybrid e do Arteon Shooting Brake eHybrid irão percorrer as suas distâncias diárias sem gerar emissões”.