A vacina contra a Covid-19 será gratuita em Itália, cujo Governo prevê distribuir 202,6 milhões de doses em 2021 “num esforço sem precedentes que irá requerer um enorme compromisso coletivo, anunciou o ministro da Saúde.

O ministro, Roberto Speranza, interveio esta quarta-feira no Senado sobre as medidas contra o novo coronavírus a serem implementadas durante as festas de fim de ano e como será o plano de vacinação contra a Covid-19 no país.

O governante explicou que “a compra da vacina será centralizada e será administrada gratuitamente a todos os italianos” e que como “é provável que sejam necessárias duas doses, a Itália já tem 202,6 milhões de doses reservadas”.

“O Governo vai acompanhar o progresso” da campanha de vacinação, disse o ministro na sua intervenção no Senado.

Segundo Speranza, o período central da campanha de vacinação será a primavera e o verão, já que os primeiros a serem vacinados serão os trabalhadores da saúde e os idosos em lares.

Em seguida, os idosos serão vacinados, começando pelos que estão acima de 80 anos e, posteriormente, pelos que exercem profissões de risco, como polícias e professores.

A distribuição das vacinas, explicou o ministro, será feita com a ajuda do Exército.

A campanha de vacinação começará na primavera de 2021, mas os primeiros lotes das vacinas da Pfizer e Moderna devem ser entregues no final de dezembro ou no início de janeiro.

A Itália assinou contratos de fornecimento de vacinas com AstraZeneca, Johnson & Johnson, Sanofi, Pfizer, CureVac e Moderna, de acordo com o ministro.

No seu discurso, o ministro anunciou que o modelo de classificações das regiões vai continuar em zonas vermelhas, laranja e amarelas de acordo com o índice de risco, pois, garantiu, tem sido uma decisão que tem dado resultados.

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Proibição de deslocações entre regiões vai continuar

O ministro acrescentou que durante as férias, “a Itália vai desaconselhar viagens internacionais”, mas não falou em proibições ou possíveis quarentenas no retorno ao país.

Speranza confirmou que a proibição das deslocações entre regiões vai continuar, como é o caso agora entre as áreas de maior risco, e que “nos dias mais importantes das festividades de fim de ano – 25, 26 e 31 de dezembro -, os movimentos entre municípios serão restringidos”.

O objetivo, declarou, é limitar as atividades, como ir esquiar e as grandes festas de Natal e Ano Novo, embora não tenha ainda esclarecido se as estações de esqui continuarão encerradas ou o número máximo permitido ou recomendado para jantares e almoços durante as festas.

“Não será um Natal como os outros, mas a contribuição de todos ajudará a prevenir a propagação do vírus e a aligeirar o trabalho nos centros hospitalares”, acrescentou.

O ministro também anunciou que o retorno às escolas, mas também não forneceu datas, pois há uma divisão sobre permitir o retorno já em dezembro ou esperar até depois das férias de Natal.

“Para a estabilização dos primeiros bons resultados precisamos de outras semanas de sacrifícios e depois outras de manutenção. A difusão (do vírus) ainda é muito elevada, por isso devemos ter o cuidado de não interpretar um primeiro raio de sol como o fim de tudo isso, se baixarmos a guarda, a terceira onda está ao virar da esquina”, disse Speranza.

Em relação às últimas restrições, acrescentou que o Governo tomou “decisões difíceis, mas necessárias” e que “sem elas a pressão sobre os hospitais seria insuportável,” mas disse estar confiante que a taxa de contágio (Rt), a curto prazo, cairá abaixo de 1.

“Devemos encarar as próximas férias com a maior seriedade se não quisermos novos encerramentos em janeiro e fevereiro (…). Não repitam nas férias de Natal a mesma leveza que vimos neste verão”, avisou o ministro.