O chef Ljubomir Stanisic, que esteve sete dias em greve de fome por mais apoios à restauração, foi acusado pelo Ministério Público (MP) de um crime de corrupção ativa e outro de desobediência, avança o Correio da Manhã. Stanisic terá oferecido garrafas de bebidas a um agente da PSP para que este o ajudasse a furar o confinamento obrigatório de forma a passar a Páscoa em Grândola. O chef nega ilegalidades.
O jornal adianta que Stanisic é um dos 27 arguidos do processo Dupla Face, por ter sido mencionado em escutas feitas a Nuno Marino, um dos agentes da PSP que é acusado de pertencer a uma rede de tráfico de droga. Ljubomir não tem ligação a essa rede, mas a 2 de abril, quando vigorava o estado de emergência e não era permitido circular entre concelhos, pediu ao irmão de Nuno Marino para o ajudar a passar a semana da Páscoa em Grândola, com a família.
Terá sido Nuno Marino a comprometer-se a ajudar o chef a passar a Ponte 25 de abril, que costuma ser alvo de ações de fiscalização, com o seu carro pessoal. Stanisic teria oferecido, em troca, duas garrafas de vinho e outra de conhaque ou rum ao agente. Mas acabou por não haver fiscalização.
O Jornal de Notícias refere ainda que Stanisic ligou mais duas vezes ao agente da PSP para que o músico The Legendary Tigerman, seu amigo, pudesse também atravessar a ponte, além de lhe pedir que confirmasse quem eram os titulares de determinados números de telefone. O MP não conseguiu, contudo, confirmar se Nuno Marino chegou a recorrer às bases de dados da Polícia para verificar a identidade das pessoas.
Ao CM, Stanisic nega ilegalidades e diz que tinha autorização para viajar. Quando às ofertas, refere que apenas ofereceu cabazes a amigos.
Artigo atualizado às 12h11 com as informações do Jornal de Notícias