A presidência portuguesa da União Europeia (UE) escolheu o lema “Tempo de agir: por uma recuperação justa, verde e digital”, para “passar das decisões para os resultados”, assumindo-se como “um leme” para orientar a Europa para o futuro.

O lema da nossa presidência procurou ser, e é, o mais simples, o mais claro, mas também o mais eloquente possível. ‘Tempo de agir’. Nós tomamos e ainda estamos a concluir, ao longo deste semestre, decisões muito importantes para o nosso futuro próximo, decisões estratégicas para o nosso futuro próximo, designadamente aquelas que têm a ver com o próximo Quadro Financeiro Plurianual […], mas também aquelas que, por essa via, permitam que a Europa encare melhor o desafio da dupla transição” verde e digital, começou por justificar o ministro dos Negócios Estrangeiros.

Augusto Santos Silva prosseguiu a apresentação do lema, logótipo e sítio oficial da presidência portuguesa da UE, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, insistindo que “agora, é tempo de concretizar, é tempo de passar das decisões para os resultados, é tempo de implementar os acordos” que os 27 Estados-membros forem obtendo e de “concluir o que ainda estiver por decidir quando a presidência portuguesa se iniciar”.

E agir para que a nossa decisão passe pelo terreno e seja posta em prática. É tempo de agir porquê? Com que objetivo? Justamente para garantir a recuperação, uma recuperação que queremos justa, e daí a importância do modelo social europeu, que é aquilo que pontuará a nossa presidência, designadamente a Cimeira Social do Porto, mas também uma recuperação verde e digital”, reforçou.

A partir das prioridades da quarta presidência portuguesa do Conselho da UE, que arranca em 1 de janeiro, e do seu lema, é, de acordo com o chefe da diplomacia portuguesa, “fácil compreender” o logótipo escolhido.

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“A identidade visual organiza-se assim com a maior simplicidade, mas também a maior claridade e a maior eloquência possível. Trata-se de trabalhar na base daquilo que une a Europa. O que une a Europa é, desde logo, as cores da sua bandeira. O nosso logótipo trabalha o azul e o amarelo que estão nas cores da nossa bandeira comum, trabalha a partir das estrelas que simbolizam a nossa bandeira, que transformam as 12 estrelas da bandeira nos 27 Estados-membros que hoje compõem a UE”, clarificou.

O logótipo — pontos amarelos que se unem num leme, sobre um fundo azul — valoriza, para Santos Silva, “essa unidade, mas ao mesmo tempo sinaliza a direção que dá sentido a essa unidade”.

A direção simbolizada pelo leme ou pelo sol, isto é, o que nós queremos fazer, onde queremos chegar, como queremos chegar ao ponto a que queremos chegar. Essa ideia de direção é uma ideia de futuro e a presidência portuguesa do conselho da UE quer valorizar a unidade da Europa e a unidade da Europa que nasce para o futuro, que caminha para o futuro e, em relação à qual, a presidência portuguesa pode ser, sem falsas modéstias, uma espécie de leme para ajudar todos nós a orientar-nos, unidos, em direção a esse futuro”, vincou.

No contexto da pandemia de Covid-19, a presidência portuguesa (cujas prioridades e atividades poderão ser consultadas aqui) será necessariamente resiliente, como notou a secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Ana Paula Zacarias, mas também digital.

A necessidade de adaptação às restrições inerentes à crise pandémica obrigará Portugal a “um enorme trabalho” para responder aos desafios organizativos e para ter “uma presidência digital à séria”, com epicentro no Centro Cultural de Belém, mas sem excluir “reuniões presenciais de forma descentralizada” por todo o país, inclusive nas regiões autónomas.

A presidência portuguesa da UE tem como prioridades a Europa Resiliente, capaz de resistir a crises não apenas economicamente como ao nível dos valores europeus, a Europa Social, com o modelo social como fator de crescimento económico, a Europa Verde, líder mundial no combate às alterações climáticas, a Europa Digital, pronta para enfrentar a transição tecnológica a nível económico e de proteção dos direitos dos cidadãos, e a Europa Global, assente na aposta no multilateralismo.