José Costa Rodrigues e Manuel Castel-Branco venderam a Forall Phones “a um investidor privado português, que tem boas ligações à China e que trabalha há décadas no ramo das telecomunicações”. A informação foi partilhada por José Costa Rodrigues nas redes sociais e confirmada ao Observador pelo próprio. Os detalhes da operação, como o nome do investidor ou o montante da transação, não foram revelados por estarem sujeitos a um acordo de confidencialidade.

“Assinei oficialmente a venda da Forall Phones. Hoje, com o sentimento de missão cumprida, despeço-me de um projeto muito querido, que iniciei aos 19 anos”, escreveu o cofundador nas redes sociais.

Ao Observador, o atual CEO e fundador da Relive — a imobiliária digital com tudo incluído, que é o seu segundo projeto –, explicou que, apesar da venda, a empresa vai manter-se praticamente igual, com as lojas físicas, a comunidade de estudantes embaixadores, a loja online e a mesma equipa de gestão (sem José Costa Rodrigues e Manuel Castel-Branco, que saem). “Tenho pena de fechar este capítulo, mas os negócios são mesmo assim”, disse. Atualmente, a Forall Phones emprega cerca de 50 pessoas e tem cerca de seis lojas físicas, com algumas restrições de horários devido à pandemia.

Comprar, renovar, vender ou arrendar. A Relive é uma imobiliária digital com tudo incluído

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“O foco agora é a Relive, estou a dedicar-me a 100%. A Relive está a começar de forma sustentável, muito atenta ao negócio, como é que os concorrentes estão a fazer, a gerir muito bem os custos”, conta, referindo que está a usar a “bagagem” que trouxe da Forall para o projeto que lançou em março deste ano e onde investiu cerca de 150 mil euros em capitais próprios. Neste momento, a Relive tem 30 imóveis em portefólio, emprega seis pessoas e conta com 15 sales executives (consultores imobiliários).

Sobre o exit (quando uma empresa sai da esfera dos investidores iniciais e é vendida a outros) da Forall, José conta que já era algo que tinha estado para acontecer antes. Ao Observador, lembra que quando lançou o negócio, em 2015, não havia venda de recondicionados em Portugal — a Forall Phones começou por ser um negócio de venda de smartphones semi-novos — e que há cerca de um ano o mercado começou a ficar mais competitivo, com outros players a fazer o mesmo.

“Em dezembro de 2019, vendemos 1,5 milhão de euros e nessa altura fomos abordados por uma grande empresa portuguesa, cotada em bolsa [para comprarem a Forall Phones]. Chegámos a reunir com o CEO e a última reunião que tivemos foi no dia 8 ou 9 de março e, por causa do coronavírus, a operação foi interrompida a 100%. De repente, o negócio caiu. Entretanto, o tempo passou, tivemos de nos adaptar à pandemia, fechar algumas lojas e passar para o online. E, no ultimo mês, apareceu este investidor, muito interessado e apaixonado pela marca”, conta.

Forall Phones. Como um miúdo de 16 anos criou uma empresa com um iPhone usado

José Costa Rodrigues liderou a Forall Phones, que lançou quando tinha apenas 19 anos, até agosto de 2019. Depois, manteve-se apenas como acionista e membro do conselho de administração. Em 2020, a empresa de venda de smartphones acumulava cerca de 20 milhões de euros em vendas. “A história da Forall foi bonita e será agora bonita com o novo investidor, mas temos de olhar para a frente e agora a minha história é com a Relive”, escreveu nas redes sociais.