O Sporting entregou esta quarta-feira ao presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, “um parecer histórico e independente intitulado ‘Os campeonatos nacionais de futebol de 1921 a 1940”.

Federação confirma: Sporting tem 18 e não 22 títulos de campeão

Como explica o clube em comunicado, “este documento, idóneo e independente, foi elaborado pelos historiadores professor doutor Diogo Ramada Curto e doutorando Bernardo Pinto Cruz e reforça a justiça da pretensão do Sporting de ver reconhecidos todos os 22 títulos nacionais que conquistou desde que foi fundado em 1906″.

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Ao longo de 74 páginas, que foram colocadas no site oficial do clube (pode ler aqui o documento), o trabalho recorre a várias fontes da época para explicar “o carácter nacional e as referências inequívocas à experiência e à natureza experimental das provas”, utilizando não só vários livros que existem sobre a evolução da história do futebol português e documentos internos do clube (Conselhos Gerais ordinários e extraordinários) mas também o próprio jornal O Benfica, neste caso num artigo escrito por Alberto Miguéns, em 1991.

“Da apreciação da natureza das provas, de um ponto de vista histórico, concluiu-se que, para lá de uma semelhança cronológica entre o processo de institucionalização do Campeonato de Portugal de 1920 a 1926 e o processo de consolidação das Ligas de 1934 a 1937, o carácter experimental destas últimas deriva de um conflito de critérios – o elitista e o territorial – que tiveram origem na votação do regulamento provisório do 1.º Campeonato de Portugal de 1921/1922″, defende o documento numa das dez conclusões finais.

Bruno de Carvalho apela à união dos sportinguistas: “Não se deixem levar pelas internetes, facebooks, paineleiros e jornais”

“A ideia de que o Campeonato Nacional da I Divisão e a Taça de Portugal são a continuação, sob outra designação, das Ligas e do Campeonato de Portugal é falsa e tem origem num equívoco lamentável da direção da Federação, que é ilegal de um ponto de vista procedimental, contrário às decisões do Congresso Extraordinário de Agosto-Dezembro de 1938 e insustentável de uma perspetiva histórica atenta à evolução dos sentimentos, das atitudes e dos comportamentos, bem como à reconstituição das formas concretas de imaginar a nação. Depois desse congresso, completou-se a viragem final que vinha sendo preparada desde 1934 – a hierarquia das provas mudou. Até 1938, o título máximo era o Campeonato de Portugal”, acrescenta.

Parlamento avalia petição que pede reconhecimento de mais títulos para o Sporting

De referir que o tema foi levantado pela primeira vez pelo ex-presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, no ano de 2015. Dois anos depois, o então líder do clube de Alvalade destacou que iria criar uma comissão de especialistas para emitir um parecer técnico sobre a questão dos títulos. Em fevereiro de 2018, a Federação anunciou que as universidades de Lisboa, Porto e Coimbra aceitaram o convite para integrar essa referida comissão. No início do último ano, e no seguimento de uma petição assinada por 4.470 pessoas, o assunto chegou ao Parlamento.