A celebração de Natal do Presidente da República encolheu. Marcelo Rebelo de Sousa, na qualidade de candidato à Presidência da República, anunciou que iria dividir a celebração em quatro refeições distintas, com diferentes elementos da sua família. A decisão foi alvo de críticas e Marcelo já não fará nenhuma refeição nem no dia, nem na véspera de Natal. Os festejos ficam reduzidos a um jantar, esta terça-feira, dia 23 de dezembro.

Depois de ter visto alguns epidemiologistas incomodados com os seus planos para o Natal, Marcelo Rebelo de Sousa explicou que foi por isso que alterou a sua decisão. “O Natal ficará reduzido a uma refeição esta noite”, disse o Presidente da República, durante a sua deslocação ao Tribunal Constitucional, esta terça-feira de manhã, para entregar as assinaturas necessárias à sua recandidatura.

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Inicialmente, Marcelo tinha anunciado que iria celebrar a época com quatro refeições, durante os dias 23, 24 e 26 de dezembro. “Já reduzi para uma refeição em casa com 5 pessoas, é o mínimo dos mínimos”, disse aos jornalistas.

À porta do Tribunal Constitucional, Marcelo Rebelo de Sousa anunciou não ter planos para dia 24 e 25 de dezembro nem como Presidente da República, nem como candidato. A agenda, enquanto chefe de Estado, foi concentrada no dia 23 de dezembro, retomando alguns compromissos, “poucos”, depois do Natal.

Quanto à campanha, para a qual entregou um orçamento de 25 mil euros, prevê passar as próximas semanas ocupado com o período de entrevistas e debates.

“Deverá ser um período longo, até porque quero fazer debates com candidatos que não estão na programação”, avançou. Marcelo recusou responder a críticas feitas por outros candidatos, prometendo fazer “uma campanha pela positiva, não atacando candidatas e candidatos”.

A campanha, defendeu, deve servir para “falar dos problemas do país”, como a pandemia ou a crise económica.

As críticas aos jantares de Natal

Os planos de Marcelo começavam no dia 23 ao almoço com o lado brasileiro da sua família. “Como são ligeiramente mais do que cinco, ficam em duas mesas, não mais do que cinco em cada mesa, espaçadas”, num restaurante, disse na TVI. O jantar seria na companhia dos irmãos e cunhadas, com um total de cinco pessoas.

A ceia de Natal seria dedicada “à outra parte da família”, também cinco pessoas. No dia 25, o Presidente não tinha previsto fazer nenhuma refeição acompanhado, havendo ainda a possibilidade de no dia 26 juntar outro grupo de familiares para uma refeição conjunta.

Ricardo Mexia, epidemiologista e presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública, foi um dos que criticou a escolha do Presidente, por haver demasiados contactos: “Essa não é a ideia, não é isso que temos recomendado às pessoas.”

Já Francisco George, presidente da Cruz Vermelha Portuguesa, considerou o modelo uma “solução feliz” e admitiu adotar um plano semelhante, “estar um dia com uns, um dia com outros”.