A Ordem dos Médicos quer que a idade passe a ser considerada um fator prioritário no plano de vacinação, para que os idosos sejam incluídos na primeira fase de vacinação, mas o coordenador do plano de vacinação contra a Covid-19, Francisco Ramos, não concorda e não vai rever os critérios, avança o jornal Público este sábado.

“Não concordo com a necessidade de revisão dos critérios, uma vez que o fator idade já está expresso [no plano]. Os residentes em lares são em regra os mais idosos e é no grupo de pessoas com mais de 50 anos e as patologias identificadas que ocorrem mais mortes e doença severa”, afirma Francisco Ramos citado por aquele jornal.

Além de Francisco Ramos, também o Ministério da Saúde, citado pelo Público, diz que “os grupos prioritários foram definidos com base em critérios científicos e integrando variáveis de risco”.

A Ordem dos Médicos, contudo, defende que a taxa de letalidade com Covid-19 acima dos 80 anos é atualmente de 13,6% em Portugal, enquanto a taxa de letalidade na faixa etária entre os 50 e os 59 anos é de apenas “cerca de 0,3%”. Foi isso que disseram os membros da Ordem dos Médicos que integram o gabinete de crise da OM para a Covid-19 numa nota emitida esta sexta-feira, onde defendem uma mudança de critérios que “também privilegie o fator idade”. O objetivo, dizem, é reduzir a mortalidade por esta doença e a pressão nos serviços de saúde.

Em Portugal, o plano de vacinação está dividido em três fases, sendo que a primeira fase envolve os profissionais de saúde, os residentes e funcionários de lares e unidades de cuidados continuados, os profissionais das forças armadas, forças de segurança e serviços críticos, e também todos aqueles que tenham mais de 50 anos e tenham alguma destas doenças associada: insuficiência cardíaca, doença coronária, insuficiência renal grave, doença pulmonar obstrutiva crónica ou doença respiratória crónica com necessidade de suporte ventilatório e/ou oxigenoterapia de longa duração.

Só na segunda fase, que arranca em abril, é que vêm os idosos — pessoas com 65 anos ou mais com ou sem doenças associadas –, numa estratégia que é idêntica à seguida em França, por exemplo, mas diferente da maior parte dos países, que puseram os idosos logo na primeira fase de vacinação.

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