O pior ainda está para vir. Se acha que têm estado dias e noites muito frias, prepare-se para ficarem ainda mais gelados. Sobretudo na próxima segunda e terça-feira. A onda de ar frio e seco vinda do interior da Europa que desde o dia 2 de janeiro está a afetar toda a Península Ibérica será substituída por uma massa de ar Ártico gelado que só nos deve deixar no final da próxima semana, sexta-feira, 15, provavelmente já com o país num novo estado de confinamento muito rigoroso face ao agravamento preocupante da pandemia.
Até lá, as temperaturas continuarão até 5ºC abaixo do normal para a época em dias consecutivos: este fim de semana a depressão Filomena fará com que os termómetros subam ligeiramente, mas segunda e terça-feira voltam a descer acentuadamente. Aliás, estes deverão ser os dois dias mais frios deste inverno, culpa da tal massa de ar frio associada a um fluxo predominante de nordeste, segundo as explicações do Instituto do Mar e da Atmosfera (IPMA).
Mesmo a depressão Filomena, que tem estado a afetar a ilha da Madeira e obrigou a adiar mais um jogo — o Nacional-Sporting vai jogar só amanhã, sexta-feira 8, às 18h00 –, dará apenas a ilusão de dias mais quentes nos números. Ao aproximar-se do continente, trará alguma chuva às regiões do Sul e do Centro, mas também muito vento (há previsão de rajadas fortes na serra de Monchique), o que fará aumentar o desconforto térmico.
Além disso, fará com que haja a possibilidade de queda de neve em cotas baixas, de cerca de 600 metros, podendo descer temporariamente aos 400 metros: ou seja, pode nevar em locais pouco usuais, como a serra da Ossa no Alentejo.
Depois as temperaturas voltarão a baixar no início da semana em todo o território e o IPMA deverá emitir avisos para quase todos os distritos. A temperatura mínima deverá variar entre -6 a 6°C em todo o país. E a temperatura máxima não ultrapassará 12°C, estando previsto que os valores mais baixos sejam registados nas regiões do interior Norte e Centro, variando entre 1 a 5°C.
Haverá ainda formação de gelo ou geada, em especial no interior, que poderá permanecer ao longo do dia em zonas mais sombrias, com possíveis problemas para a circulação rodoviária.
Lisboa, por exemplo, terá máximas de 10ºC e mínimas de 0º na terça-feira, o dia mais frio da semana, enquanto no Porto a mínima será negativa nesse dia e em Braga os termómetros ficarão abaixo de zero segunda, terça e quarta.
O interior Norte será o mais afetado, com as máximas entre os 5ºC a 6ºC e as mínimas a descerem até aos -7ºC. No Alto da Serra da Estrela, a temperatura máxima só chegará a números positivos na próxima quarta-feira (este sábado é mesmo de -7ºC).
Já no interior Sul, como Portalegre, Évora e Beja, as mínimas rondarão os -3ºC e as máximas não ultrapassarão os 10º nestes primeiros dois dias da próxima semana, segunda e terça.
O Algarve é mesmo a única região que se salva de noites negativas, mas os termómetros descerão aos 2ºC e os dias andarão apenas entre os 10º e os 12ºC.
Na Madeira, a depressão Filomena está de passagem na noite desta quinta-feira e manhã de sexta, dirigindo-se depois para o Sul do Continente. Há avisos para a intensidade do vento a partir da tarde desta quinta, prolongando-se até ao final da manhã de sexta-feira, com rajadas até 75 km/h, sendo até 110 km/h nas terras altas e nos extremos leste e oeste da ilha.
Associado a esta depressão, prevê-se um aumento da agitação marítima na costa norte e em Porto Santo, com ondas de noroeste e altura significativa de 4 a 5 metros, passando a ondas de nordeste com 5 a 6 metros no dia 8.
Prevê-se também ocorrência de períodos de chuva ou aguaceiros, por vezes fortes, e acompanhados de trovoada. Esta sexta há também a possibilidade de queda de neve nos pontos mais altos da ilha da Madeira até final da manhã.