Os russos da Lada vão entrar numa nova fase da sua existência e tudo porque o Grupo Renault decidiu apostar de forma mais decidida na marca que é pertença do construtor AvtoVAZ, que sua vez pertence ao conglomerado gaulês. A estratégia passa pela introdução de novos modelos, mas mais sofisticados e com base nas plataformas mais recentes do grupo, sem que isso lhes retire competitividade em termos de preço.
A Lada exporta hoje os seus veículos para 30 países e detém 20% do mercado russo, onde comercializa cerca de 400.000 unidades, quase tantas quantas as que a Nissan vende na Europa. Daí que a estratégia de Luca de Meo, o novo CEO do grupo francês, passe por fazer crescer as marcas que controla não em volume, mas em rentabilidade.
Para tal, Lada e Dacia passaram a formar uma área de negócios única, o que permite partilhar gestão e alinhavar estratégias e recursos. Isto tornou possível trocar as plataformas antigas, utilizadas até aqui, pela nova CMF-B, mais complexa mas também mais flexível, rápida de produzir e de montar, assegurando ainda a capacidade de gerar modelos híbridos e híbridos plug-in. Resta saber se o protótipo Lada 4×4 Vision, revelado em 2018, será recondicionado e dará origem ao SUV do segmento C que vem aí.
A Lada vai assim lançar quatro novos modelos nos próximos quatro anos, todos eles concebidos sobre a CMF-B, com destaque para o novo Niva, um SUV compacto e atraente que sempre foi o modelo mais popular (e vendido) da marca. A Lada revelou o primeiro desenho do popular SUV, que sempre evidenciou bons atributos como todo-o-terreno, mas com uma qualidade de materiais nem sempre à altura, com a promessa que chegará ao mercado em 2024.
Em 2025 será a vez do novo topo de gama da Lada, um SUV do segmento C, substancialmente maior do que o Niva e a apontar a outro tipo de cliente. Resta esperar que a Lada regresse à totalidade dos mercados europeus – a começar pelo nosso, de onde a marca está arredada há anos.