Podem ser acusados de trabalhar apenas com veículos pouco potentes, velhos e com tecnologia básica. Mas em criatividade – e até no sentido de humor – nada bate os russos da Garage 54. Já aqui apresentámos algumas criações desta curiosa oficina que parece saída dos tempos da União Soviética e que, desta vez, se concentrou em acelerar vertiginosamente… o elevador dos vidros das portas!

Admitimos que conceber o automóvel mais veloz do mundo, ou mesmo o mais rápido a acelerar, seja um troféu mais conceituado do que construir apenas o modelo mais rápido a abrir e a fechar os vidros. Mas é exactamente isso que este Lada faz como nenhum outro veículo: abre e fecha as janelas a 200 km/h.

Os vidros eléctricos chegaram à Europa em 1963, instalados pela primeira vez num BMW 3200 CS. Mas o sistema já tinha aparecido de série no ano anterior nos EUA, a bordo de um Packard, apesar deste mesmo construtor o ter começado a propor aos seus clientes mais abastados 20 anos antes, através dos serviços de após-venda. Ora, o Lada não possuía vidros eléctricos e os russos terão concluído que era demasiado cansativo dar à manivela constantemente para abrir e fechar a janela. Tanto mais que o ar condicionado também não consta da lista de equipamento original do veículo.

Os mecânicos não recorreram aos tradicionais motores eléctricos para subir e descer o vidro, mas sim a um cilindro pneumático, capaz de realizar a manobra com recurso à pressão de ar fornecida por um compressor. Após alguns ajustes e adaptações, algo em que estes divertidos russos são exímios, o sistema começou a funcionar e a grande velocidade. Os russos não explicaram o raciocínio, mas isso não os impede de avançar com uma velocidade de 200 km/h para explicar o reduzido tempo necessário para o vidro ir da posição aberta para fechada.

O resultado final foi um mecanismo extremamente rápido – tanto que até estilhaçou o vidro, que só não se desfez porque estava revestido por uma película –, que demonstrou a sua liderança ao cortar salsichas, pepinos e até couves, revelando-se um autêntico “degolador” de legumes. Mas fará o mesmo com dedos ou pescoços que, inadvertidamente, sejam expostos a esta guilhotina eléctrica.

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