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"WandaVision". Era uma vez um casal de super-heróis dos subúrbios

Este artigo tem mais de 3 anos

É a primeira grande estreia na Disney+ em 2021 e é a produção que marca um novo modelo de ficção para a Marvel. Vimos os primeiros episódios, assistimos à apresentação e dizemos-lhe o que esperar.

Wanda, ou Scarlet Witch (Elizabeth Olsen), e Vision (Paul Bettany) são os protagonistas da nova série da Marvel, disponível no Disney+
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Wanda, ou Scarlet Witch (Elizabeth Olsen), e Vision (Paul Bettany) são os protagonistas da nova série da Marvel, disponível no Disney+

Wanda, ou Scarlet Witch (Elizabeth Olsen), e Vision (Paul Bettany) são os protagonistas da nova série da Marvel, disponível no Disney+

Um casal está preso no universo das sitcoms desde a década de 1950. Eles sabem quem são, o que são, o que têm de fazer, mas não sabem os porquês do seu passado. Não têm datas para justificar porque estão juntos, não têm ocasiões para celebrar e, sobretudo, não sabem porque vivem ali e naquele preciso momento. Esta é a história de Vision e Wanda Maximoff (também conhecida como Scarlet Witch), o casal que protagoniza a primeira série do Universo Cinematográfico da Marvel [UCM] para a Disney+.

Os primeiros dois episódios (de nove) de “WandaVision” chegam esta sexta-feira, dia 15 de janeiro, ao Disney+ e haverá um novo por semana. Protagonizada por Elizabeth Olsen e Paul Bettany e com Teyonah Paris e Kathryn Hahn nos papéis secundários, “WandaVision” é o início da Fase IV do UCM. Os quatro atores deram uma conferência de imprensa virtual para falar da primeira de muitas séries da Marvel que chegarão ao Disney+ nos próximos meses. Também estiveram presentes Matt Shakman (realizador e produtor executivo), Jac Schaeffer (argumentista e produtora executiva) e Kevin Feige (produtor executivo).

[o trailer do “WandaVision”:]

“WandaVision” é uma escolha atípica para o início desta nova fase. Nem era para ser a primeira série a estrear desta nova vida da Marvel. A pandemia atrasou a estreia de “Black Widow”, que seria o início da Fase IV. E “Falcon And The Winter Soldier” (que chegará em março) também estava planeada para estrear antes de “WandaVision”. A realidade justificou esta estreia agora em janeiro. Nas palavras de Kevin Feige:

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“O Disney+ dá-nos oportunidade para expandir – criativamente – aquilo que estamos a fazer. Sim, o plano original era estrear ‘Falcon And The Winter Soldier’ e, logo a seguir, ‘WandaVision’. Isto no ano passado. Não estávamos preparados para uma pandemia, mas a experiência de anos que já temos no UCM permite-nos ter a habilidade de reorganizar as coisas, se necessário. Contudo, esta mudança não obrigou a mudanças criativas, apenas a alterações de calendário de produção. ‘WandaVision’ serve o propósito neste caso. Adoro o quão arrojado é.”

Arrojo não é uma palavra imediata após o visionamento dos três primeiros episódios de “WandaVision”. Estranho talvez, atípico é mais acertado. “WandaVision” não é a série de televisão que tem por hábito ter super-heróis. Ainda menos pela forma como faz homenagem às sitcoms clássicas.

A série tem por base modelos tradicionais de comédias familiares protagonizadas por casais suburbanos. Wanda e Vision vivem num destes cenários americanos, toda a sua vida é descrita por estereótipos que existiam na televisão norte-americana. A aventura começa nos anos 1950s e em cada novo episódio – pelo menos dos três a que se teve acesso – a série avança uma década, reorganizando as referências, formas narrativas e humor. Ou seja: “WandaVision” está em constante mudança. Elizabeth Olsen começa por abordar precisamente isso, quando confrontada com o facto do primeiro episódio ser gravado com uma audiência:

“Foi a primeira coisa que filmámos. Estava muito nervosa e cheia de adrenalina. A série tem muitas mudanças repentinas e isso deixava-me constantemente confusa. Fiquei muito contente quando adicionámos a quarta parede no segundo episódio.”

A mudança constante e progressiva de “WandaVision” vai também dizendo às personagens – ou elas vão aprendendo – que não estão a viver a realidade. Que o sonho suburbano não passa de uma ficção. E que há outras vidas – ou realidades – em que elas existem. Em simultâneo, isto vai esclarecendo duas coisas ao espectador: que ele tem de estar com atenção — porque é uma série que vive muito dos detalhes, mesmo dos parvos – e que tem de abraçar o quase-ridículo da situação para apreender o que se está a passar.

“WandaVision” é Marvel para televisão como nunca se viu. É uma comédia que se vai desmontando a caminho de outra coisa e isso é parte do seu segredo

Se a Wanda de Elizabeth Olsen é um estereótipo montado para vencer o preconceito feminino da televisão a que a série se referencia, então Vision é a personagem perfeita para ridicularizar o masculino: a ingenuidade e o desajuste da sua personagem em relação ao funcionamento do mundo humano são os ingredientes para a poção mágica. Paul Bettany explica: “Quando estava a ler o guião estava sempre a perguntar-me: como é que eu mantenho a personagem igual de episódio para episódio? Mas depois percebi que parte do que caracteriza o Vision é estar sempre a transformar-se noutra coisa. Ele é o Jarvis, mas também é parte Ultron, parte Tony Stark. E é omnipotente e algo ingénuo.”

Matt Shakman queria que tudo “fosse tão autêntico quanto possível”. Aqui fala das referências da época e foi por elas que ele e grande parte da equipa viram muita televisão da década de 1950, 1960 e 1970s, para perceber como a comédia mudou ao longo dos tempos. E, claro, como era filmado. “I Love Lucy” e Dick Van Dyke são nomes que surgem recorrentemente no discurso. Não é só o humor que se tenta recriar, os cenários, as modas, o design e a espacialidade das casas também se vai adaptando às décadas. E, claro, à memória visual do espectador.

“WandaVision” é Marvel para televisão como nunca se viu. É uma comédia que se vai desmontando a caminho de outra coisa e isso é parte do seu segredo. Mas também é uma comédia que revê e analisa o contexto dos super-heróis neste formato. Wanda e Vision proporcionam a história de amor perfeita para o formato: a perda e o desajuste de ambos encaixam no argumento. É uma nova etapa do UCM. Mas é, sobretudo – e no contexto de pandemia – uma nova etapa da Marvel na televisão.

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