O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, admitiu este domingo a possibilidade de um reajustamento das medidas de combate à pandemia de covid-19, mas elogiou o comportamento dos eleitores que exerceram voto antecipado para as eleições presidenciais de 24 de janeiro.

“Aquilo que eu verifiquei aqui [no Barreiro] foi o respeito por todas as regras. Todos os eleitores estavam com máscara. Foi respeitado o distanciamento”, disse Eduardo Cabrita pouco depois de ter exercido o direito de voto, antecipado, na Biblioteca Municipal do Barreiro.

“Eu vejo entusiasmo naqueles quase 250 mil portugueses que se registaram para o voto antecipado, que manifestam uma alegria do voto semelhante à alegria do voto nas primeiras eleições democráticas. Significa que, em tempos muito difíceis, em tempos em que estamos todos concentrados no combate à pandemia, temos de afirmar também os valores da democracia”, acrescentou o governante.

Confrontado com os sucessivos avisos dos profissionais de saúde, para o elevado número de pessoas que continuam a andar na rua apesar das regras de confinamento, e com as preocupações expressas pelo Presidente da República, que admitiu a necessidade de um agravamento das medidas para fazer face à pandemia, Eduardo Cabrita lembrou que o Governo faz uma “reavaliação permanente das medidas”.

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“Fazemos uma reavaliação permanente, quer da evolução da pandemia, quer das medidas que são necessárias, numa salvaguarda da sua adequação e proporcionalidade. Julgo que foi esse, também, o sentido da declaração do senhor Presidente da República, com a qual estamos totalmente de acordo”, acrescentou o ministro.

Em declarações aos jornalistas, Eduardo Cabrita afirmou ainda que faz um balanço positivo da forma como decorreu esta votação antecipada para as eleições presidenciais de 24 de janeiro.

“Passamos de 50 mil votantes em 2019, que já de si era um recorde absoluto de votação antecipada, para – não temos números finais – quase 250 mil inscritos. Há cidadãos que, se não fosse este sistema de voto, nunca votariam nestas eleições, porque cerca de metade dos que se inscreveram para voto antecipado estão a fazê-lo fora do seu local de recenseamento”, disse.

“Os estudantes que estão a votar no local onde estudam e não no seu local de recenseamento, quem por razões profissionais está deslocado do seu local de recenseamento, ou quaisquer outras razões de ordem pessoal, não tenho dúvida nenhuma de que há cerca de 200 mil portugueses que, provavelmente, se não votassem hoje não teriam votado”, sublinhou o Ministro da Administração Interna.