A FIFA voltou a garantir que não vai permitir a criação de uma Superliga Europeia restrita aos clubes mais poderosos do continente e deixou a ameaça de que pode impedir emblemas e jogadores de disputarem algumas competições se decidirem avançar com o projeto. No comunicado também assinado por todas as confederações continentais, o presidente da FIFA lembra que o Mundial de Clubes é a única prova de clubes a nível internacional que é reconhecida de forma oficial.

“À luz da recente especulação sobre a criação de uma Superliga fechada por alguns clubes europeus, a FIFA e as seis confederações voltam a reiterar e reforçar com veemência que tal competição não seria reconhecida pela FIFA ou pela respetiva confederação [UEFA]. Como consequência, qualquer clube ou jogador envolvido na competição seria proibido de participar em qualquer competição organizada pela FIFA ou pela respetiva confederação”, pode ler-se na nota que é então assinada por Gianni Infantino mas também pelos presidentes da UEFA (Europa), AFC (Ásia), CAF (África), CONCACAF (América Central, Caraíbas e Canadá), CONMEBOL (América do Sul) e OFC (Oceânia).

Projeto de Superliga Europeia exclui Portugal. Competição alternativa à UEFA deve arrancar em 2021

O projeto da Superliga Europeia é encabeçado por alguns dos clubes mais poderosos da Europa, como o Real Madrid e o Bayern Munique, mas tem enfrentado a oposição clara da UEFA e da FIFA. Em Portugal — onde nenhum clube integra os planos da eventual nova competição –, a Federação Portuguesa de Futebol e a Liga de Clubes também já criticaram a ideia, através de declarações dos presidentes Fernando Gomes e Pedro Proença. Depois de um período em que a Superliga saiu da agenda mais imediata do futebol, os rumores de que poderia mesmo ser uma possibilidade voltaram à atualidade na sequência da pandemia, como forma de angariar mais patrocinadores e dinheiro para uma indústria que tem sofrido quebras financeiras significativas, principalmente devido à ausência de público nos estádios.

“As confederações reconhecem o Mundial de Clubes da FIFA, no atual e futuro formato, como única competição de clubes a nível mundial, enquanto a FIFA reconhece as competições clubísticas organizadas pelas confederações como as únicas competições de clubes continentais”, acrescenta o comunicado, que sublinha a importância de defender e manter “os princípios universais de mérito desportivo, solidariedade, promoção e despromoção”. “São os alicerces da pirâmide do futebol que assegura o sucesso global do desporto e são, por isso, consagrados nos estatutos da FIFA e das confederações. O futebol tem uma história longa e bem sucedida graças a estes princípios. A participação em provas continentais e globais deve sempre ser conseguida no relvado”, termina a nota, deixando a ideia de que a FIFA nunca estará de acordo com uma prova cujo único fator de aprovação de participação seja o poder de um determinado clube.

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