O presidente da Câmara de Idanha-a-Nova ofereceu a Ana Abrunhosa, então diretora do CCDR do Centro — e agora ministra da Coesão Territorial —, dois quadros de Cristina Rodrigues, uma artista daquela região, que não deu autorização para que os trabalhos fossem oferecidos, de acordo com o Expresso.

Ana Brunhosa recebeu os quadros como prenda de casamento de Armindo Jacinto, presidente da autarquia, só que, de acordo com uma sentença do Tribunal de Castelo Branco, citada pelo Expresso, os dois trabalhos foram tirados sem autorização do ateliê da artista — ou “subtraídos”, como referiu o juiz.

O tribunal refere que Armindo Jacinto pediu a Cristina Rodrigues que cedesse os dois desenhos, sem custos, para oferecer a Ana Abrunhosa. Mas a artista, depois de ter ficado de pensar no assunto, acabou por não dar resposta. Quando regressou a Portugal, depois de uma viagem ao estrangeiro, as obras — que não estavam sequer ainda assinadas — tinham desaparecido.

Cristina Rodrigues exigiu que a Câmara pagasse pelos quadros e que pudesse assiná-los, mas o tribunal, apesar de considerar que as obras foram roubadas do atelier e oferecidas pelo autarca, não conseguiu provar quem é que retirou os desenhos. Mais ainda, como foi a autarquia e não o presidente da Câmara que recebeu a ação judicial, ninguém foi condenado.

Quatro anos depois do insólito, Ana Abrunhosa diz ao Expresso que não sabia o que se passava e que, apesar de não ser obrigada, vai devolver os desenhos a Armindo Jacinto para ajudar a resolver o conflito.

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