A ministra da Saúde, Marta Temido, assegurou esta sexta-feira que a eventual expansão da vacinação contra a Covid-19 às farmácias comunitárias esteve “sempre” entre as opções do processo da task force, mas admitiu “incógnitas” em relação ao longo prazo.
“A questão da vacinação nas farmácias comunitárias é uma hipótese que sempre esteve presente nos horizontes de todos os estados-membros num momento mais adiante do processo de vacinação. Temos ainda muitas incógnitas relativamente àquilo que será o desenvolvimento no longo prazo deste processo, mas é, naturalmente, uma hipótese de expansão que, como noutras vacinas, teremos de ter presente e consideraremos se for possível em termos de armazenamento e da disponibilidade dos parceiros”, afirmou.
Numa visita ao Comando Conjunto para as Operações Militares, onde está instalado o grupo de apoio ao coordenador da task force do Plano Nacional de Vacinação contra a Covid-19, vice-Almirante Gouveia e Melo, em Oeiras, a governante evitou comprometer-se com uma posição em relação às vacinas desenvolvidas na China e na Rússia e uma hipotética inclusão no lote contratualizado a nível europeu.
É um dossier que está a ser conduzido pela Comissão Europeia e cabe-nos, enquanto Presidência [da União Europeia], apoiar o trabalho da Comissão e acompanhar o trabalho da Agência Europeia do Medicamento (EMA), dos nossos reguladores nacionais. O Infarmed está no grupo de apoio à Comissão para o processo das vacinas e é aí que fazemos as discussões técnicas”, frisou.
A ajuda internacional de França e Luxemburgo ao combate da pandemia em Portugal foi igualmente destacada pela ministra da Saúde, depois de já terem chegado na semana passada uma equipa constituída por médicos militares alemães, que foi entretanto colocada no Hospital da Luz, em Lisboa.
“Luxemburgo e França, em contactos bilaterais, demonstraram disponibilidade para o envio de equipas de profissionais de saúde e Portugal naturalmente que se congratula com esta possibilidade de trabalho em conjunto. Não são só os estados-membros que têm de trabalhar em conjunto, não são as várias áreas governamentais, são todos os portugueses que têm de estar unidos nesta fase”, salientou.
Nessa linha, Marta Temido vincou também o papel de colaboração “essencial” das Forças Armadas perante a pandemia, não só pela disponibilização dos hospitais para a colaboração com o Serviço Nacional de Saúde em termos de resposta às necessidades assistenciais”, mas também pela “disponibilidade para o apoio às metodologias colaborativas de realização de inquéritos epidemiológicos” e pelas competências “logísticas” para o processo de vacinação.
Em Portugal, morreram 14.885 pessoas dos 778.369 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.