O presidente do Governo da Madeira declarou hoje que deverão manter-se até à Páscoa as aulas não-presenciais para os alunos do 3.º ciclo e do secundário, devido à pandemia de covid-19, perspetivando “um período crítico” na semana do Carnaval.

“Neste momento, enquanto a situação pandémica estiver como está [na Madeira] vamos manter a situação [das aulas presenciais até ao 6.º ano] em princípio até à Pascoa”, afirmou Miguel Albuquerque, à margem de uma visita à obra de construção do novo túnel do Pedregal – túnel hidráulico entre a Ameixieira e o Pedregal -, no concelho da Ribeira Brava.

O chefe do executivo madeirense vincou que a decisão de alterar desta situação depende do “evoluir da situação” epidemiológica.

No caso dos alunos do 12.º e dos outros que têm exames, admitiu que, “eventualmente, se a situação melhorar muito”, pode ser equacionado “alterar para aulas presenciais”.

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“Temos de conter este surto. Estamos a fazer a contenção, mas temos de diminuir [o número de casos]”, sustentou.

Miguel Albuquerque opinou que a Madeira vai ter “agora um período crítico, que é a próxima semana, em que será necessário as pessoas atuarem com muito bom senso”.

“Temos de contrariar aquilo que é a tendência, que são as festas em família e nas casas dos outros”, sublinhou, alertando ser necessário um “esforço acrescido no sentido de manter a contenção da pandemia”, dada a facilidade de propagação das novas variantes do novo coronavírus.

Albuquerque argumentou que a quadra do Carnaval é um “período mais propenso ao convívio”, sendo necessário que as pessoas “levem em linha de conta que os contágios têm acontecido sobretudo a nível dos convívios familiares e extrafamiliares”.

O presidente do governo madeirense recordou que a partir de segunda-feira as regras de recolher obrigatório sofrem alterações durante a semana do Carnaval: “Na próxima semana encerra tudo às 17:00 e o recolher obrigatório é às 18:00”.

Depois, acrescentou, até à Páscoa tudo deve regressar ao horário anterior (recolher obrigatório das 19:00 às 05:00), uma situação que o Governo Regional vai avaliar depois do Carnaval.

De acordo com os mais recentes dados, divulgados na sexta-feira pela Direção Regional de Saúde , a Madeira registou 111 novos casos de covid-19, contabilizando 6.253 acumulados, dos quais 1.660 situações ativas e 4.531 recuperações.

Há ainda 62 óbitos registados e estão presentemente hospitalizadas 57 pessoas, três das quais nos cuidados intensivos.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 2.384.059 mortos no mundo, resultantes de mais de 108,1 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 15.034 pessoas dos 781.223 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde, de sexta-feira.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Sobre a obra hoje visitada, Miguel Albuquerque destacou ser “a mais importante deste mandato”, que representa um investimento superior a 20 milhões de euros, ao abrigo de um contrato-programa com o Governo Regional e do Programa de Desenvolvimento Rural da Madeira (PRODERAM 2020).

O projeto consiste na construção de um túnel hidráulico, com 5,4 quilómetros de extensão, que vai “garantir o abastecimento de água à zona sul da Madeira a cerca de 9.000 agricultores e uma área de mais de 500 hectares”, sobretudo nos concelhos da zona oeste, de Câmara de Lobos e Ribeira Brava, em particular na freguesia do Campanário, que “tem sempre uma dificuldade crónica de abastecimento de água durante o verão”.

Miguel Albuquerque complementou que “este túnel vai permitir também o abastecimento de cerca de 40 mil metros cúbicos de reforço de abastecimento de água para consumo se for necessário”, sendo uma obra que deve estar concluída “no primeiro trimestre de 2022” e vem “melhorar os problemas de regadio”.