Depois do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) norte-americano ter recomendado o uso de duas máscaras — sobrepostas — a Direção-geral da Saúde (DGS) está também a “estudar essa precaução, pelo medo das novas variantes”.

Em entrevista ao Público, Graça Freitas diz que há neste momento “dois grupos de peritos a estudar essa hipótese”  de revisão da norma de utilização de máscaras, depois de “há cerca de duas semanas” outra consulta feita pela DGS aos peritos ter concluído que devia manter-se a recomendação atual. “Agora, com a nova decisão do CDC, voltámos a pedir a opinião aos peritos”, afirmou a diretora-geral da Saúde

Também sobre a alteração da testagem, Graça Freitas deixou mais alguns dados: Portugal tem capacidade para fazer 100 mil testes por dia. Estratégia de rastreio será feita intensificada, mas “controlada” e com regras estabelecidas. Estudantes do secundário serão prioritários na testagem em ambiente escolar

Os rastreios com testes rápidos serão feitos em “unidades de saúde” ou “escolas”. Não haverá prescrição médica para estes testes. “É uma prescrição genérica para aquele contexto, porque é um contexto regulado pelas administrações regionais de saúde, pelos médicos de família, pelas autoridades de saúde. Isto é uma estratégia de testagem controlada, com registos e regras”, apontou Graça Freitas.

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Os concelhos com maior incidência serão os primeiros onde avançará a testagem massiva, com testes rápidos, e dentro destes nos estudantes do ensino secundário. “Nas empresas, depende mais de uma escolha regional ou local. Serão aquelas em que [os trabalhadores] estão em risco ocupacional acrescido”, disse. Mas a fasquia é elevada. Segundo Graça Freitas seria necessário “manter durante dois ou três meses cerca de 70 a 80 mil testes”. Isto considerando que a média diária de testes em janeiro foi de 51 mil e este mês está em 41 mil.

Estima-se que se possam realizar diariamente cerca de 100 mil testes, quer PCR, quer testes rápidos de antigénio”. Esta estratégia manter-se-á pelo tempo que for considerado pertinente, em função da evolução da epidemia”, disse.

Graça Freitas rejeitou ainda a ideia de ter havido pressão política para avançar com a testagem em massa, depois de António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa terem mencionado esse objetivo e considera que há “excesso de comunicação” que cansa e não ajuda ao esclarecimento das pessoas.

“De um modo geral fala-se demasiado. Como público que assiste a um dia inteiro de notícias, não sei se a pessoa está mais elucidada ou não”, apontou Graça Freitas considerando que há um “monotema” na comunicação: “Isso não só cansa as pessoas, como leva a que no mesmo dia oiçam três ou quatro mensagens que não são concordantes”.