Se na primeira época das provas finais de Internato Médico em Saúde Pública, em junho, os 24 candidatos passaram e concluíram a especialidade, na segunda, efetuada em setembro de 2020, apenas quatro em 12 não foram reprovados —isto é, três desistiram numa fase inicial e, dos nove que fizeram o exame, cinco chumbaram. O Diário de Notícias, que cita fontes não especificadas da área, fala em “razia”, uma vez que a “a média era de um a dois chumbos por época”.

Ricardo Mexia, presidente da Associação Portuguesa dos Médicos de Saúde Pública (ANMSP), confirma ao jornal que “alguns colegas internos” manifestaram desagrado face às avaliações. Ainda assim, apenas uma das candidatas avançou com uma ação jurídica para que a situação seja revertida. Mexia acrescenta ainda que há “uma falta tremenda de médicos nesta área”, especialidade importante no combate à pandemia, e que na segunda época “os candidatos foram notificados em cima da hora e podem não ter tido tempo para se prepararem”.

O exame, esclarece o DN, foi antecipado em cerca de um mês, e os candidatos foram notificados a 15 de setembro para a prova a 22 do mesmo mês. Das 15 vagas para preencher na segunda fase, apenas quatro foram ocupadas.

Ricardo Mexia espera que esta “não seja a fatura que os internos da especialidade, que têm estado a trabalhar em força no olho do furacão, venham a pagar pela falta de tempo para se preparem para os exames finais e para concluírem os estágios em que estão integrados”. Já o médico Mário Jorge Santos, um dos coordenadores do internato, diz que “não se pode aprovar internos só para preencher vagas”.

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