A notícia surgiu na passada segunda-feira. Harry e Meghan, que na última semana voltaram a somar manchetes — primeiro com a vitória judicial da duquesa de Sussex no processo contra o Mail on Sunday e dias depois com a revelação da nova gravidez –, têm uma entrevista agendada com Oprah Winfrey, a primeira desde que se mudaram para os Estados Unidos. O programa, com uma duração de 90 minutos, irá ser exibido pela CBS no dia 7 de março.

Perante a notícia, o Palácio de Buckingham distanciou-se da decisão. “O Duque e a Duquesa já não são membros ativos da Família Real e, por isso, qualquer decisão que tomem relativamente a compromissos com a imprensa é apenas da sua responsabilidade. […] eles não têm qualquer obrigação de informar a Casa Real deste tipo de planos”, informou o palácio em comunicado.

Apesar da aparente indiferença, o anúncio da entrevista concedida a Winfrey (que é amiga de Meghan e esteve entre os convidados do casamento real, em maio de 2018) terá vindo precipitar a consolidação do Megxit, processo desencadeado pelo casal em janeiro do ano passado, no momento em que revelaram publicamente o desejo de recuar no estatuto de membros sénior da família real britânica. Pouco tempo depois, Isabel II aceitava pacificamente a decisão dos Sussex, embora anunciasse também um “período de transição”.

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Os termos nunca ficaram totalmente claros — Harry e Meghan abdicaram de títulos, deixaram de ser financiados por fundos públicos e, no caso do príncipe, abriram mão do estatuto militar, tudo para poderem construir uma vida longe do escrutínio público. Agora, segundo o Daily Mail, a entrevista anunciada na segunda-feira terá precipitado um corte bem mais radical dos laços que ainda uniam o casal ao clã Windsor.

De acordo com a correspondente Rebecca English, poderá ser intenção da rainha pedir aos Sussex que abdiquem de todas as ligações que mantêm enquanto membros da realeza, nomeadamente apoios e patrocínios a entidades e organizações.

Para Harry, tal poderá traduzir-se na perda dos seus três títulos militares, na marinha, na força aérea e nos fuzileiros britânicos. Poderá ainda ter de abandonar a posição de patrono de três instituições: a Rugby Football Union, Rugby Football League e a London Marathon. Já Meghan, poderá ter de abrir mão do papel idêntico que mantém no National Theatre. A mesma especialista aponta as ligações do casal à Commonwealth como possíveis de serem igualmente postas em causa pela casa real.

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“Oprah With Meghan And Harry: A CBS Primetime Special” tem data marcada e pode muito bem ser o gatilho para um afastamento total do casal da representação real. Descrita por uma das fontes do tabloide como “uma das consequências mais inevitáveis e, infelizmente, previsíveis” do Megxit, a conversa vai debruçar-se sobre a vida e a trajetória dos Sussex, da chegada de Meghan à família real à nova vida na Califórnia.

Outros defendem que, com ou sem entrevista em horário nobre, o momento seria sempre de consolidação do Megxit, decorrido um ano (o tal período de transição) desde as negociações dos termos deste afastamento. Há ainda quem afirme que os contratos comerciais assinados com a Netflix e o Spotify, além do investimento numa marca de leite de aveia, impossibilitam que o casal mantenha obrigações enquanto representantes da rainha.