Depois de ter pedido à Procuradoria-Geral da República que reavaliasse a legalidade do Chega, a ex-candidata à Presidência da República Ana Gomes fez chegar também à Europol uma participação sobre o partido liderado por André Ventura e, confirmou no Jornal 2 da RTP2, que recebeu “há dois dias a resposta”. Segundo Ana Gomes, a polícia europeia mostrou-se disponível para, caso Portugal considere necessário, apoiar as autoridades portuguesas.
Ana Gomes disse ainda estar “disponível para colaborar com as autoridades”, mas frisou que “é ao Tribunal Constitucional que cabe pronunciar-se”. “Não tenho dúvidas que é com respostas eficazes aos problemas dos cidadãos que vamos arredar este tipo de partidos, que promovem a desunião e a violência, mas a questão legal não pode ser posta por baixo do tapete”, afirmou a antiga eurodeputada.
No âmbito da gestão da pandemia da Covid-19, Ana Gomes deixou ainda críticas à postura da União Europeia no que diz respeito à gestão das vacinas. Diz Ana Gomes que não compreende que o processo “esteja a ser gerido com a lógica neoliberal do mercado”. “Devia ser aberta a todo o mundo e produzida em todo o mundo. A União Europeia está a boicotar a abertura a outros países para a produção das vacinas. Estamos contaminados por um vírus neoliberal. A lógica tem de ser salvar vidas e garantir o direito à vida”, apontou defendendo uma “vacinaçao universal” para que o mundo não fique “à mercê das novas variantes que forem aparecendo”.
“Presidência portuguesa devia fazer a diferença e não embarcar pela lógica neoliberal”, frisou ainda, colocando o foco também em África e nos países menos desenvolvidos.
Numa curta entrevista, Ana Gomes descartou ainda a hipótese de uma candidatura autárquica ainda este ano e “saudou a genuína competição” na Câmara Municipal de Lisboa, considerando Carlos Moedas “um candidato interessante e excelente”.