A troca de fogo entre Meghan Markle e o Palácio de Buckingham continua a não dar tréguas, a três dias da entrevista dos duques de Sussex a Oprah Winfrey, emitida pela americana CBS no próximo domingo à noite. Num novo teaser divulgado pelo canal televisivo esta quarta-feira à noite, Markle é questionada sobre qual será a reação do palácio ao ouvi-la dizer “a verdade”. “Não sei como é que eles podem esperar que, depois de todo este tempo, nós fiquemos em silêncio perante esta posição em que A Firma se coloca de perpetuar falsidades sobre nós”, responde no mesmo vídeo de 30 segundos, acompanhado por uma banda sonora dramática.

As declarações, apesar de gravadas há vários dias, foram divulgadas na sequência de uma investigação aberta pelo Palácio de Buckingham em torno de acusações de bullying feitas por ex-colaboradores à duquesa de Sussex. Em particular, Jason Knauf, um dos conselheiros mais próximos de Meghan, chegou a formalizar uma queixa junto dos Recursos Humanos da Casa Real em outubro de 2018, cinco meses após o casamento dos Sussex.

O episódio de Knauf chegou, esta semana, às página do The Times. O homem que chegou a comandar a comunicação dos Sussex passou, entretanto, a colaborar com os Cambridge. Mas não é o único queixoso. O mesmo jornal afirmou que a mulher do príncipe Harry terá mesmo chegado a afastar “dois assistentes pessoais e estaria a minar a confiança de um terceiro elemento”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Perante as acusações públicas, o palácio mostrou-se preocupado em apurar os factos e anunciou a abertura de uma investigação. Ainda na quarta-feira, os representantes dos Sussex reagiram aos ecos vindos do lado de cá do Atlântico. Classificaram as suspeitas levantadas como uma “calculada campanha de difamação baseada em desinformação”. Meghan ter-se-á mostrado “entristecida com o ataque de caráter”, embora a reação deixada no novo trecho da entrevista seja bem menos branda.

“E se [dizer a verdade] trouxer o risco de perder algumas coisas, há muitas outras que já foram perdidas”, completa Meghan ainda em resposta a Winfrey. Permanece o suspense sobre as “falsidades” a que Meghan se refere, já que a entrevista foi gravada muito antes destas acusações de bullying terem vindo a lume.

Meghan acusada de bullying por staff do palácio. Markle rejeita “campanha de difamação calculada”

Já esta quinta-feira, o Daily Mail faz eco de novas queixas de funcionários do palácio, outrora ao serviço do casal, um grupo que já será conhecido como “Clube de Sobreviventes dos Sussex”. Alguns alegam ter sofrido de transtorno de stress pós-traumático e ansiedade, fruto do tratamento recebido por Harry e Meghan. “É totalmente hipócrita e ridículo sugerir que alguém no palácio andou a vender informação falsa”, referiu uma das fontes do jornal.

Assessores e assistentes pessoais. Quem são os protagonistas da intriga?

Os rumores em torno da postura de Meghan para com os seus colaboradores não são novos. Já em novembro de 2018, chegava a notícia de que, decorridos seis meses do casamento, os Sussex já teriam visto partir três assistentes. O Daily Mail identifica agora alguns dos protagonistas das sucessivas intrigas, a começar por Melissa Touabti, ex-assistente pessoal de Markle que no currículo trazia já experiências de trabalho com Robbie Williams e Madonna. Terá tido um papel crucial na organização do casamento, em maio de 2018, mas demitiu-se seis meses depois.

Jason Knauf, o protagonista desta nova vaga de acusações, trabalha com a realeza desde 2014, altura em que deixou um cargo na gestão de crise do Royal Bank of Scotland. O norte-americano agora com 36 anos chegou a ser o responsável pela comunicação de William e Harry e das suas esposas, mas só até março de 2019, altura em que os Sussex e os Cambridge criaram gabinetes separados. Atualmente, é o responsável pela fundação de caridade de William e Kate.

The Duke And Duchess Of Cambridge Visit Leicester

Jason Knauf foi responsável pelo gabinete de comunicação dos Sussex e dos Cambridge, tendo ficado vinculado apenas a William e Kate, apartir de março de 2019 © Getty Images

Outro dos nomes a chegar às páginas do The Times esta semana foi o de Simon Case, secretário particular do príncipe William na época em que Knauf formalizou as primeiras acusações de bullying. Terá sido a ele que o assessor recorreu para relatar os abusos. Case continua ao serviço do palácio de Buckingham. O mesmo não se pode dizer de Samantha Cohen, que terá pensado em deixar o palácio logo em 2018, depois de ter deixado de ser assistente da rainha para ajudar a duquesa de Sussex na sua adaptação à nova realidade. Acabou por sair em 2019 para ingressar numa organização ambiental.

Samantha Carruthers, uma experiente diretora de recursos humanos, desempenhou funções ao serviço dos príncipes Carlos e William até 2019, altura em que deixou a família real para se dedicar a uma organização beneficente.