André Ventura teve 97,3% dos votos nas eleições internas para a presidência do Chega e mantém-se na liderança do partido. Apesar do número revelado pelo presidente da Mesa da Convenção, Luís Graça, o partido ainda não revelou o universo de eleitores. No discurso de vitória, o líder do Chega atirou-se ao PSD, a Rui Rio e a todos críticos os internos ou externos do partido que atacam a linha seguida por Ventura, incluindo os que querem a ilegalização do Chega.
Os resultados são um “estímulo” para o líder do Chega, que os usa para afirmar que “ficou evidente que não só aqueles que criticavam internamente não tiveram força para se apresentar às urnas”, mas também os críticos externos “não têm nenhuma capacidade de influência dos militantes”. “Os que esperavam mudanças na gestão deste partido não prevaleceram, e manteremos a mesma linha de trabalho, os que nos ameaçaram com a ilegalização ou com o estigma do racismo estavam enganados, não tiveram força para se apresentar nem tiveram qualquer expressão”, aponta o líder do partido.
Com os olhos postos no futuro, Ventura insiste que quer “impor um Governo em Portugal com as cores do Chega” e garante que o partido “não vai desistir”. “Não somos um partido de protesto nem queremos ser, não nos transformaremos nem na muleta do PSD do século XXI nem no Bloco de Esquerda à direita, de protesto“, afirma, enquanto insiste por várias vezes que o objetivo é chegar ao Governo.
Estes resultados “não são para negociar lugares nem acordos fictícios”, realça, em jeito de “último alerta ao PSD” para que o partido liderado por Rui Rio “perceba o resultado desta eleição”: “Não haverá cedências em questões fundamentais.”
“O PSD está a fazer mal o trabalho, (…) não está a fazer o trabalho que deve fazer de oposição”, critica André Ventura, que . O presidente do Chega considera que o PSD “não percebe que o erro está na forma de lidar com a direita em Portugal e na forma como está a fazer oposição” e pede a Rui Rio que “olhe para os números” porque o “PS está perto da maioria” e o PSD a perder eleitorado. “Neste momento só há uma oposição em Portugal e é o Chega, é o que os números mostram, não é o que eu digo”, afirma ao recordar as últimas sondagens. “Quer queiram, quer não queiram, é comigo que vão ter que negociar”, enaltece o líder do partido, garantindo que o Chega não se vai moderar enquanto estiver na liderança nem abandonar as “bandeiras”.
“Hoje ficou claro que esta direção é legítima e que este presidente é legítimo”, aponta, perante a “ameaça vil que seria uma ilegalização”. “Vamos manter a mesma linha de atuação”, assegurou o líder do partido, tendo em conta que a “linha” mais moderada “não foi a votos”. Apesar da pequena descida relativamente às eleições de há cinco meses, Ventura diz tratar-se de uma “vitória esmagadora” e que dá capacidade para continuar com a mesma linha.
Estas eleições acontecem depois de Ventura ter colocado o lugar à disposição para “devolver a palavra” aos militantes quando ficou atrás de Ana Gomes nas eleições Presidenciais, com 11,90% dos votos. As eleições decorreram durante este sábado, com mesas de votos em todos os distritos, 18 em Portugal continental, bem como uma na Madeira e uma nos Açores.