Depois de confirmar a decisão de pôr fim à coligação entre o PP e o Ciudadanos, Isabel Díaz Ayuso (PP, centro-direita), presidente da Comunidade Autónoma de Madrid, dissolveu o parlamento regional e convocou eleições antecipadas para o dia 4 de maio, as quais deveriam acontecer apenas em 2023.

O que precipitou esta situação foi a aliança, em Múrcia, entre o Ciudadanos e o PSOE para derrubar o PP — apresentaram duas moções de censura naquela comunidade e na câmara da capital da região, provocando um terramoto político em Espanha. O partido Ciudadanos governava com o PP quatro comunidades autónomas até à rutura na região de Múrcia e respetiva aliança com o PSOE na manhã desta quarta-feira.

Numa tentativa de evitar semelhante operação em Madrid, Isabel Díaz Ayuso anunciou eleições antecipadas — uma decisão que poderá estar em causa caso se confirme que a moção de censura do PSOE e do Mais Madrid (MM) tenha surgido antes da dissolução da Assembleia de Madrid. Segundo o La Vanguardia, a nova distribuição de poder em Múrcia é clara — o Ciudadanos assume a presidência regional e o PSOE a Câmara Municipal —, mas em Madrid a situação poderá só ficar resolvida nos tribunais.

Ayuso anunciou a decisão de antecipar as eleições numa conferência de imprensa sem direito a perguntas por parte dos jornalistas, argumentando que se viu “obrigada” a tomar esta decisão “para o bem de Madrid e de Espanha”, afirmando ainda que os eleitores vão ter de escolher “entre o socialismo e a liberdade”. Ignacio Aguado (Ciudadanos), que até agora era o vice-presidente de Ayuso, assinalou nas redes sociais que esta “mentiu” no decorrer da sua intervenção.

O PP governa a região de Madrid há 26 anos — desde 2019 que o faz em coligação com o Ciudadanos, com apoio externo do Vox.

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