Algumas empresas de transportes de mercadorias têm falsificado testes à Covid-19 para os seus trabalhadores puderem entrar na Alemanha. Desde finais de janeiro que é obrigatório a apresentação de um resultado negativo por parte dos camionistas à entrada do país, uma imposição que criou várias dificuldades a nível logístico e financeiro e levou as transportadoras a procurarem alternativas, noticia o Jornal de Notícias (artigo para assinantes).

A apresentação de um certificado em papel ou digital atestando a realização de um teste PCR com resultado negativo, efetuado no máximo 48 horas antes da entrada na Alemanha, foi imposto pelo governo de Angela Merkel a 27 de janeiro. Os custos das análises e a dificuldade da realização dos mesmos durante a viagem levaram várias empresas a falsificarem testes, uma situação que foi confirmada ao Jornal de Notícias pelo Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM), que recebeu queixas de associados.

“Há empresas a enviar por e-mail ou por WhatsApp supostos resultados negativos aos testes para poderem entrar na Alemanha”, revelou o presidente do SIMM, Anacleto Rodrigues, que deu conta da receção de denúncias por parte de “vários associados” preocupados com a situação. “Receiam ter problemas com as autoridades locais e serem detidos por circularem com um documento falsificado. Mas ao mesmo tempo também não podem denunciar o caso às autoridades, porque corriam o risco de ser despedidos”, explicou ao mesmo jornal.

Questionada pelo Jornal de Notícias, a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) disse não ter conhecimento da situação envolvendo os camionistas portugueses, atirando as culpas para o governo alemão. “Esta obrigação de realização dos testes é onerosa e de muito complicada gestão para as empresas”, afirmou a Antram.

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