O consultor e fundador da Iniciativa Liberal, Bruno Horta Soares, foi o escolhido pelo núcleo de Lisboa para ser o candidato do partido à câmara municipal de Lisboa, confirmou o Observador junto de fontes próximas do processo. Bruno Horta Soares foi, a par de Alexandre Krauss e Rodrigo Saraiva, um dos fundadores da IL e em 2016 e 2017 chegou mesmo a ser o “CEO” da Associação Iniciativa Liberal, a antecâmara da criação do partido. A escolha surge depois de o primeiro candidato apresentado pela Iniciativa Liberal, Miguel Quintas, ter sido afastado, alegando estar em causa a privacidade dos filhos. Quintas durou apenas três dias e os liberais começaram a procurar um “plano B”.

O próprio líder dos liberais, João Cotrim Figueiredo, disse na segunda-feira, em entrevista ao Polígrafo-SIC, que já sabia quem o núcleo ia propor em plenário no próximo sábado, 20 de março e depois ao Conselho Nacional dia 27. Mas isso serão meros formalismos, já que a comissão executiva dá o poder absoluto da escolha ao núcleo. Aliás, o próprio Miguel Quintas foi apresentado sem antes ir ao Conselho Nacional. O presidente da IL disse que a solução encontrada era “um excelente candidato”, mas não quis dizer o nome.

Bruno Horta Soares num dos primeiros eventos, uma conferência em outubro de 2016, com o então presidente da ALDE (família europeia da IL), Hans Van Baale

Numa espécie de “Quem é quem?”, João Cotrim Figueiredo disse apenas que era um candidato com “muita energia, capacidade de vender as ideias liberais em Lisboa”. E deixava uma pista para o nome de Bruno Horta Soares: “É alguém que está no partido desde o início. De Lisboa”. Só não disse o nome, pois queria “deixar isso para o grupo de Lisboa.”

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A  direção da IL não quer comentar o nome, pois diz que compete ao núcleo de Lisboa definir os timings de divulgação. As pistas vão sendo libertadas. A IL é, no entanto, conhecida pela forma inovadora como comunica. Na sequência do desastre que foi a escolha do primeiro candidato a IL, utilizou a comunicação para tornar uma fraqueza numa força. Depois da saída de Quintas, muitos disseram que a IL teria dificuldades em provar que o novo escolhido não seria uma segunda escolha ou um plano B.

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Esta quinta-feira foi, no entanto, colocado um cartaz junto ao Campo Pequeno que diz apenas: “Plano B….” As reticências têm quatro pontos, mas não é um erro de grafia: é uma pista. Ao B faltam quatro letras no lugar dos pontos: B-R-U-N-O. Bruno Horta Soares, o candidato do partido à autarquia lisboeta.

Quem é Bruno Horta Soares?

Bruno Horta Soares tem 41 anos e é licenciado em Informática e Gestão de Empresas pelo ISCTE e tem ainda uma pós-graduação em Gestão de Projetos pelo ISLA. O consultor começou a carreira na Deloitte e depois passou para a área de Information Risk Management da KPMG.

O consultor é desde 2015 IT Executive Senior Advisor para as áreas de IT Strategy, Governance e Security, é ou foi também professor convidado em várias instituições de ensino como o ISCAC de Coimbra, na Universidade Católica, no Instituto Superior Técnico, na Universidade Europeia, na Universidade Portucalense, e na Unipê — Centro Universitário de João Pessoa, em Paraíba, no Brasil.

É também presidente fundador do ISACA Lisbon, o braço nacional de uma associação internacional que promove o desenvolvimento de certificações para atividade de auditoria e controlo de sistemas de informação.

Bruno Horta Soares está na Iniciativa Liberal desde o início e pertence ao núcleo de Lisboa, fazendo ainda parte do Conselho Nacional do partido. A escolha é formalizada no próximo sábado, quinze dias depois da apresentação de Miguel Quintas e doze dias depois da saída do primeiro candidato.

Iniciativa Liberal fica sem candidato a Lisboa. Miguel Quintas sai, mas liberais mantêm candidatura própria