No primeiro semestre de 2019 o ministério da Saúde estabeleceu como meta resolver todos os casos das pessoas em lista de espera para serem operadas há mais de ano. Nessa altura eram cerca de 21 mil os doentes que já tinham esperado mais de um ano pela cirurgia, em 2020 a pandemia da Covid-19 chegou ao país e o número duplicou. No final de abril eram 40.953 os portugueses nessa situação (em janeiro o número era inferior: 35.403), mas segundo os dados do final de janeiro, deste ano, esse número não só não tinha descido como voltou a aumentar: 54.592 doentes esperavam há mais de um ano.

Os dados foram atualizados pela Administração Central do Sistema de Saúde, ao Público, dando conta também que estas mais de 54 mil pessoas correspondem a “20,5% do total de utentes em lista de inscritos para cirurgia” e que a contabilização “não inclui os tempos de pendências” (como são exemplo os pedidos de adiamento de utentes).

Mas as limitações criadas nos centros de saúde podem ter contribuído também para diminuir o número de doentes encaminhado para consultas de especialidades em hospitais e eventuais referenciações para cirurgia. O número total de inscritos para cirurgia foi registando uma diminuição a partir de março chegando a um total de 212 mil utentes inscritos no final de 2020. Em janeiro deste ano os indicadores subiram (comparando com dezembro, mas ainda assim abaixo dos registos de janeiro de 2020 e 2019).

Os vales-cirurgia e notas de transferência, que são emitidos sempre que os tempos máximos de resposta garantidos se aproximam do fim, continuam com uma percentagem baixa de aceitação dos utentes. Dos 23.169 emitidos em janeiro deste ano apenas foram aceites pelos doentes 13,8%. Em 2019 tinham sido emitidos 20.291 e aceites apenas 6,10% e em janeiro do ano passado das 19.186 requisições os doentes a precisar de cirurgia usaram 18%.

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