Pela primeira vez desde a última semana de janeiro (de 24 a 31 de janeiro, aquela que foi a semana mais negra desde o início da pandemia), o número de contactos em vigilância pelas autoridades de saúde aumentou no espaço de uma semana. Entre este sábado e o passado, há mais 616 pessoas em vigilância (pessoas que estiveram em contacto com um caso positivo ou um suspeito). Ao todo, são agora 15.602 nestas condições.
Porém, na semana de janeiro em causa, a subida teve outras dimensões: foram mais 13.327 em sete dias — para 223.991 no último dia do mês —, numa altura em que se registavam máximos de mortes (303 a 28 e 31 de janeiro) e novas infeções (16.432 a 28 de janeiro). No entanto, ainda é cedo para tirar grandes conclusões sobre a evolução da última semana — e se poderá estar ligada com o aumento dos contactos, consequência do plano de desconfinamento em marcha.
Internamentos sobem (mas tendência é normal ao fim de semana)
Os hospitais portugueses têm mais 15 internados em enfermaria nas últimas 24 horas, quebrando a tendência de queda que se verificava há cinco dias consecutivos. Este comportamento é, porém, normal nos boletins de domingo (com referência a sábado) e de segunda-feira (com referência a domingo), dado que o número de altas é menor ao fim de semana.
Ainda assim, há um outro dado a ter em conta: é que, desde o fim de semana de 2 e 3 de janeiro, que o número de novos casos no boletim de domingo era sempre inferior ao do boletim de sábado (com referência a sexta-feira), até porque aos fins de semana se costumam realizar menos testes. Essa tendência não se verificou este fim de semana: os novos casos referentes a sábado (365) são ligeiramente superiores aos de sexta-feira (344).
Por outro lado, se o número de novos casos de infeção (365), de internamentos (633) e de doentes em unidades de cuidados intensivos (142) desceu no boletim deste domingo face ao do domingo anterior, o mesmo não se pode dizer das mortes: este sábado, foram registados dez óbitos, contra seis do anterior.
Já em cuidados intensivos há menos seis doentes que no boletim de sábado, para um total de 142. É preciso recuar a outubro para encontrar números de doentes internados nos cuidados intensivos (UCI) semelhantes aos atuais. A 14 de outubro eram 139 os doentes a necessitar de cuidados hospitalares diferenciados.
Com os números de infeções a diminuir a pressão nos cuidados intensivos também desce, embora esta semana a queda no número de pessoas internadas em UCI seja bastante inferior à das últimas quatro semanas. Com uma queda de de 19,72% esta semana, face à anterior, quase metade da média das quatro semanas anteriores que se fixava em cerca de 39%.
Norte passa Lisboa e Vale do Tejo nos novos casos
É uma mudança face ao que tem sido a tendência nos últimos dias. No boletim deste domingo, o Norte ultrapassou Lisboa e Vale do Tejo no número de novos casos — foram registados 112 e 107, respetivamente. Segue-se a região autónoma da Madeira (43), Centro (41), Algarve (40), Alentejo (15) e região autónoma dos Açores (7).
Nas mortes a realidade é distinta. Seis dos óbitos foram registados na região de Lisboa e Vale do Tejo, três na zona Norte e uma no Alentejo. Centro, Algarve, Açores e Madeira não tiveram qualquer morte de doentes infetados com a Covid-19 no sábado.
Com 384 pessoas a serem dadas como recuperadas nas últimas 24 horas, o número de casos ativos baixou em 29 pessoas (para um total de 28.179).
Morreu um homem com menos de 60 anos
Das 10 pessoas que morreram no sábado vítimas da Covid-19 uma era um homem com idade entre os 50 e os 59. Morreu também uma mulher com idade entre os 60 e os 69 e uma mulher e um homem com idade entre os 70 e os 79 anos.
A faixa etária dos maiores de 80 anos continua a ser a que concentra mais mortos, com cinco homens e uma mulher a terem morrido durante o dia de sábado.