O Ministério Público está a investigar dois casos de violação das normas de confinamento na Páscoa do ano passado com a organização de cerimónias do “beijar da cruz”, noticia o Jornal de Notícias. Em causa estão as cerimónias realizadas numa rua em Barcelos e no Centro Social de Paderne, em Melgaço. Outros dois casos identificados — em Famalicão e Vila Verde, como o Observador escreveu — foram arquivados.
Em Barcelos, uma mulher e um homem promoveram uma celebração do beijar da cruz na rua, que não teve intervenção da Igreja Católica. Na altura, a GNR identificou os dois alegados promotores. O caso foi entregue ao Ministério Público que, segundo o jornal, está a investigar.
O outro caso aconteceu no Centro Social de Paderne, em Melgaço, que organizou uma visita pascal a 17 utentes do lar e de apoio ao domicílio. Segundo o jornal O Minho escreveu na altura, foi a diretora de serviços do lar que teve a iniciativa. Lurdes Gonçalves disse que decidiu “levar um pouco de alegria a casa destas pessoas”. A cerimónia foi divulgada nas redes sociais através de um vídeo.
A fase de inquérito ainda está a decorrer podendo resultar num de três desfechos: o arquivamento, a acusação ou a suspensão provisória. Lurdes Gonçalves diz que foi constituída arguida mas “não voltou a ser notificada”.
Segundo o Jornal de Notícias, em causa pode estar o crime de propagação de doença contagiosa ou de desobediência.
Já em Famalicão, a cerimónia do beijo da cruz envolveu, pelo menos, 10 pessoas e teve até direito a champanhe. em Vila Verde, um lar em Freiriz também promoveu a celebração e deu o crucifixo a beijar a vários idosos. Ambos os casos foram arquivados. Recorde-se que a Igreja Católica tinha recomendado a suspensão da tradição durante a Páscoa devido às medidas de contenção da pandemia.