A sua História quase milenar faz de Portugal um país rico em tradições, algumas das quais se mantiveram praticamente imutáveis ao longo dos anos. De fortes raízes católicas, não é de espantar a enorme quantidade de celebrações de carácter religioso que decorrem todos os anos de norte a sul do país. Dentro destas celebrações, insere-se a Páscoa, a época do ano em que devotos católicos de todo o mundo celebram a morte e ressurreição de Jesus Cristo.

Em Portugal, a Páscoa é marcada — em aldeias, vilas e cidades, de norte a sul do país — por celebrações públicas e privadas, que acompanham simultaneamente a chegada da Primavera. Às celebrações religiosas oficiais e representações teatrais, juntam-se tradições e costumes diversos, assim como iguarias gastronómicas degustadas de forma privada no seio familiar.

A par do Natal, esta é a altura do ano em que muitas famílias portuguesas aproveitam para se reunir, celebrando o Domingo de Páscoa (dia de festa e celebração da ressurreição de Jesus) à volta de uma mesa. Multiplicam-se as procissões (diurnas e noturnas) que unem centenas de fiéis e curiosos, as ruas decoram-se a rigor, e à mesa exibe-se com orgulho pratos de borrego e cabrito, o famoso folar da Páscoa e as obrigatórias amêndoas, entre outras iguarias.

A Páscoa citadina

Apesar de celebrada de norte a sul do país, as tradições e costumes variam substancialmente de acordo com a região em que nos encontremos. Apesar de se tratar de uma grande metrópole, Lisboa não põe de lado as celebrações de Páscoa. Na Sé de Lisboa, são realizadas várias missas com início no Domingo de Ramos e fim no Domingo de Páscoa.  E, apesar da vasta dimensão da cidade, as procissões religiosas não deixam de ser parte integrante das celebrações, sendo um bom exemplo o da Procissão do Senhor dos Passos da Graça.

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Com início na Igreja de São Roque e fim no Convento da Graça, esta procissão tem-se realizado ininterruptamente, com dimensão variável, desde 1587. Os fiéis que a acompanham param em 7 locais que correspondem simbolicamente a 7 momentos do caminho percorrido por Jesus Cristo no dia da sua morte, sendo estes: a Igreja de São Roque, a Igreja da Encarnação, a Igreja de São Domingos, a Ermida de Nossa Senhora da Saúde, o Passo do Terreirinho na Rua dos Cavaleiros, a Casa de São João de Brito na Calçada de Santo André e, finalmente, a Igreja do Convento da Graça.

Por toda a cidade, as montras das lojas são decoradas com ovos de chocolate (numa alusão ao recomeço da vida), figuras de coelhos da Páscoa (simbolicamente associados à capacidade da Igreja de multiplicar os seus fiéis) e as já habituais amêndoas coloridas. Na escolha do local para o almoço de Páscoa, muitas famílias optam pela conveniência de um restaurante em vez de se reunirem em casa, como dita a tradição.

A Páscoa fora das grandes cidades

A pouco mais de uma hora de distância de Lisboa, a Páscoa volta a ser vivida com total devoção e tradição numa das mais encantadoras vilas medievais de Portugal: Óbidos. Decoradas a rigor, as ruas empedradas da vila enchem-se com milhares de pessoas que não querem perder a oportunidade de acompanhar uma das celebrações de Páscoa mais antigas do país: a colocação da Cruz no alto do Torreão marca o início de uma das épocas mais especiais da vila.

Devido ao estado em que se encontra o país por causa do coronavírus, este ano, as ruas de Óbidos não foram decoradas com as tradicionais palmas. | Fotografia: Mafalda Pombo Lopes

As procissões multiplicam-se desde o Domingo anterior ao Domingo de Ramos até ao Domingo de Páscoa. Na Procissão da Ordem Terceira, celebra-se a vida e espiritualidade de São Francisco de Assis, figura marcante da vila de Óbidos. No sábado anterior ao Domingo de Ramos, dá-se uma pequena, mas mesmo assim marcante, procissão noturna, chamada Procissão da Mudança de Imagens, uma preparação para a grande Procissão dos Passos que decorre no dia seguinte. Na Sexta-Feira Santa, realiza-se a Procissão do Enterro do Senhor que, à luz dos archotes, acompanha simbolicamente o cortejo fúnebre de Jesus Cristo num momento de forte introspeção e emoção.

Aos concertos de música sacra e atuações de vários grupos corais, junta-se ainda a representação teatral do Descimento da Cruz (Auto do Descimento da Cruz), envolvendo a audiência num dos momentos mais impactantes da fé Cristã.

Apesar das restrições devido à Covid-19, a tradição de colocar a Cruz no Torreão, em Óbidos, manteve-se. | Fotografia: Mafalda Pombo Lopes

Infelizmente, a pandemia que vivemos atualmente fez com que as habituais celebrações ao ar livre, assistidas por milhares de pessoas, fossem excecionalmente canceladas, não só em Óbidos como em todo o país, e limitadas ao interior dos locais de culto para evitar aglomerações de pessoas. Mas esta vila histórica não deixa, mesmo assim, de celebrar a Páscoa, sendo a Cruz colocada, como dita a tradição, no alto do Torreão.

A curta distância de Lisboa e a intensidade com que se vive esta época tão especial para a Igreja Católica, faz com que Óbidos seja uma excelente opção para quem procura celebrar e viver a Páscoa de forma intensa, aproveitando os dias de sol que marcam o início da Primavera. O Piscapisca.pt , o stand dos stands online de carros usados, poderá ajudá-lo a encontrar o carro ideal de acordo com as suas necessidades. Uma escapadinha à vila de Óbidos na Páscoa poderá ser o momento ideal para estrear o seu novo automóvel!

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