O mercado de edição discográfica pareceu, durante o mês de março, sobretudo inspirar e expirar lentamente, como que ganhando fôlego para os desconfinamentos e alívios de restrições que se avizinham por todo o mundo — e, consequentemente, também para um mês de abril que se prevê mais animado no que se refere a novos álbuns.

Ainda assim, foram alguns os discos editados nos últimos 31 dias que vale a pena reter. Nesta playlist selecionámos 30 canções que servem como exemplares de álbuns, nacionais e estrangeiros, que poderão ser descobertos e apreciados ao longo dos meses que se seguem.

No cancioneiro popular mais clássico, do pop-rock e suas variantes, encontramos aqui discos com a tradição musical indie de raiz americana (a folk, o country e as suas variantes mais elétricas) bem presente. São disso exemplo Heaven on the Faultline, de Alex Bleeker — membro da banda Real Estate, que também editou um mini-álbum, ou EP, este mês —, Heaven and Holy, do duo Painted Shrines, The Pet Parade, do projeto musical Fruit Bats do veterano Eric D. Johnson (um fã dos Beatles, dos Byrds e dos Kinks) e Chermtrails Over The Country Club, o novo e sétimo disco da discografia de Lana Del Rey.

Março foi também o mês em que duas bandas americanas com história recente no indie, os Tune-Yards e os The Antlers, voltaram a editar álbuns novos, tal como o fizeram os mais populares Kings of Leon e a veterana Loretta Lynn. Mas não apenas.

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No hip-hop, destacamos álbuns e EPs novos de Denzel Curry (Unlocked 1.5), Vic Mensa (I Tape), Armand Hammer & Alchemist (Haram) e do português L-Ali (Raramente Satisfeito).  No novo R&B, DEACON, disco do cantor e compositor de soul-pop exploratória serpentwithfeet (Josiah Wise) é o maior destaque. E no jazz e suas variantes, as parceria de Pino Palladino com Blake Mills (Notes With Attachment), Floating Points com Pharoah Sanders (Promises) e João Mortágua com Luís Figueiredo (Kintsugi) merecem destaque, tal como os discos novos de Dr. Lonnie Smith (Breathe), Pat Metheny (Road to the Sun) e Charles Lloyd (Tone Poem).

Ainda há espaço para a música lusófona, com discos de Domenico Lancellotti (Raio), Septeto Interregional, IKOQWE — duo composto por Batida e Ikonoklasta, ou seja, Pedro Coquenão e Luaty Beirão —, David From Scotland e O Gajo, além dos já citados L-Ali e João Mortágua & Luís Figueiredo. Junte-se a nós nesta viagem pelos sons musicais deste mês de março.