O Imortal conseguiu um extraordinário crescimento competitivo ao longo da temporada, que podia também ser analisado à luz dos três encontros realizados com o Sporting: na quarta jornada da fase regular do Campeonato, os algarvios tiveram uma entrada completamente falhada (34-14 só no primeiro período), nunca conseguiram travar o tiro exterior dos leões e perderam por quase 30 pontos (101-72); nas meias da Taça Hugo dos Santos, o conjunto verde e branco nunca conseguiu fechar a partida, sentiu grandes dificuldades e só mesmo nos últimos minutos arrancou para um triunfo por 79-67; na 17.ª ronda da Liga, o Imortal conseguiu mesmo quebrar a invencibilidade do Sporting na prova, com uma vitória por 102-98 assente nos 14 pontos de vantagem (82-68) com que partiu para o último período. Agora, o desafio dos algarvios com a história era ainda maior.

Um clássico com muito Ventura: Sporting vence FC Porto e volta a discutir final da Taça de Portugal com surpresa Imortal

Na primeira meia-final, e num jogo onde esteve quase sempre atrás do Benfica, o Imortal conseguiu de forma surpreendente virar o encontro no último período mesmo entre os problemas físicos de Tyere Marshall, Jalen Jenkins e António Monteiro e ganhou por 92-88, conseguindo a primeira final de sempre da Taça de Portugal. “É uma vitória inexplicável mas muito merecida. O Imortal já tinha estado presente numa Final Four [da Taça Hugo dos Santos] mas perdeu nas meias. Sabíamos que podíamos fazer história, estou há 34 anos no Imortal e este é o momento mais feliz da minha vida no clube”, destacou o técnico Luís Modesto. “Agora é mais uma batalha, vamos jogar com os disponíveis e vamos jogar até ao fim. Queremos prestigiar quem nos apoia, os nossos adeptos, a Câmara Municipal de Albufeira, os nossos patrocinadores e o nosso presidente”, acrescentou.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Imortal vence Benfica e qualifica-se pela primeira vez para final da Taça de basquetebol

Pela frente surgia o Sporting, que “vingou” as duas derrotas seguidas frente ao FC Porto na final da Taça Hugo dos Santos e no Campeonato com uma vitória por 85-77 que colocou a equipa leonina na segunda final seguida da Taça de Portugal, apenas seis meses depois de ter quebrado um jejum de quatro décadas sem conquistar a competição numa decisão relativa a 2019/20 que se realizou apenas em outubro. Agora, o objetivo da equipa de Luís Magalhães era, pela segunda vez na história dos verde e brancos, ganhar dois troféus seguidos (algo que só acontecera antes na década de 70, com vitórias nas temporadas de 1974/75 e 1975/76). E conseguiu, somando a sétima Taça de Portugal do clube depois dos sucessos em 1955, 1975, 1976, 1978, 1980 e 2020.

Sporting bate FC Porto e volta a conquistar Taça de Portugal 40 anos depois

Sem poder contar com os lesionados Jalen Jenkins e Tyere Marshall, o Imortal conseguiu fazer das fraquezas forças e entrou melhor no encontro, utilizando da melhor forma o recurso do tiro exterior para conseguir uma vantagem de sete pontos (10-3, 14-7 e 16-9) sobre um Sporting a fazer o seu jogo muito apoiado em Travante Williams e a apostar quando possível nos trabalhos interiores aproveitando as baixas contrárias (sendo que também os leões não podiam contar com Micah Downs). No último ataque do primeiro período, um grande triplo de Shakir Smith empatou a partida a 20. O resultado não traduzia a diferença entre as equipas nem o que se tinha passado nos dez minutos iniciais, algo que mudou até ao intervalo: os algarvios, com menos opções para rodar a equipa e sem a mesma eficácia no lançamento de fora, quebraram, Shakir Smith foi agarrando cada vez mais na equipa verde e branca e o descanso chegou com uma vantagem de 12 pontos (44-32).

No segundo tempo, António Monteiro e Toney tentaram ainda inverter o rumo dos acontecimentos mas a maior maturidade e experiência dos leões acabou por fazer a diferença, tendo também uma maior rotatividade vinda do banco por Luís Magalhães que permitiu alargar a vantagem para 21 pontos no final do terceiro período (65-44) com uma subida a pique da agressividade defensiva que condicionou ainda mais o jogo ofensivo de um Imortal já desfalcado pelas ausências que se fizeram sentir em demasia. No final, o Sporting ganhou por 83-58, tendo o base Shakir Smith como MVP da partida apesar da importância do poste John Fields no jogo interior.

De referir que o Benfica continua a ser o clube com mais vitórias (22) e finais (36) da Taça de Portugal, seguido pelo FC Porto (14 troféus em 22 decisões). Conquistaram também a competição, que teve início em 1943/44 com uma vitória do Atlético frente ao Belenenses por 42-26, Barreirense (seis), Ovarense, Académica (três), Atlético, Belenenses, Portugal Telecom, V. Guimarães (duas), Vasco da Gama, Oliveirense, CAB Madeira, Illiabum, Estrelas da Avenida, Sporting Lourenço Marques e Ginásio Figueirense.