É o segundo aviso em poucos dias. Depois de a ministra francesa Agnès Pannier-Runacher ter tido que era pouco provável que a União Europeia renovasse contratos com a AstraZeneca, o alerta repete-se, vindo de dentro da Comissão Europeia. Thierry Breton, o comissário que tem procurado pela Europa soluções para aumentar a produção de vacinas contra a Covid-19, foi claro: a prioridade é negociar com quem entregue doses a tempo e horas. E a AstraZeneca tem acumulado atrasos sob atrasos.

“Somos pragmáticos. A minha prioridade, no que diz respeito às vacinas, é garantir que as empresas com as quais temos contratos as entreguem pontualmente”, disse Breton, numa entrevista à televisão francesa BFMTV. O Comissário Europeu para o Mercado Interno lembrou que, até à data, a farmacêutica “só entregou 30 milhões, criando assim os problemas que todos já viram”.

No segundo trimestres de 2021, os 27 Estados-mebros deveriam receber 180 milhões de doses da vacina da AstraZeneca, a Vaxzevria, mas tudo indica que, no máximo, serão recebidas 70 milhões de doses.

“Nada está decidido. As conversas ainda estão em andamento”, esclareceu Breton, frisando que se os contratos não forem renovados “não será por razões epidemiológicas ou médicas”, já que “ao analisar os dados, os benefícios da vacina AstraZeneca superam a doença”.

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Coágulos. A reação às vacinas já tem nome (chama-se VIPIT) e é menos provável do que ser atingido por um raio

O uso da vacina da AstraZeneca foi suspenso em alguns países por suspeita de efeitos colaterais raros, mas graves — o VIPIT, ou trombocitopenia imune protrombótica induzida por vacina.