Houve mesmo fumo azul (literalmente) sobre quem será o primeiro dissidente entre os seis “dissidentes” da Premier League que se apresentaram como fundadores da Superliga Europeia: num dia marcado pelos protestos que juntaram centenas de adeptos nas imediações de Stamford Bridge para receberem a equipa antes do jogo com o Brighton, a BBC avançou ao final da tarde desta terça-feira que o Chelsea está a ultimar a saída da nova competição milionária menos de 48 horas depois de se ter apresentado como um dos 12 clubes fundadores.
E numa fase em que tanto se fala sobre a evolução dos tempos, até como argumento utilizado por Florentino Pérez para justificar a criação da prova no atual contexto do futebol europeu, a notícia acabou por ser celebrada quase como se de um golo se tratasse no exterior do estádio, onde os blues vão receber esta noite o Brighton. Antes, centenas de adeptos abriram potes de fumo e entoaram cânticos entre várias mensagens pedindo para que os responsáveis do Chelsea voltassem atrás e desistissem da ideia de participar na Superliga Europeia. A BBC atualizou os dados da manifestação dos adeptos londrinos, contabilizando cerca de 1.000 pessoas presentes.
The moment Chelsea fans heard the alleged reports that the club is preparing to withdraw from the European Super League …
(via @oliver_todd)pic.twitter.com/pDemLspHCi
— ESPN FC (@ESPNFC) April 20, 2021
De acordo com as notícias que começam a sair na imprensa britânica, a decisão veio do próprio dono do clube, Roman Abramovich, no seguimento de várias acontecimentos que foram contribuindo para o recuo: a reação dos adeptos, não só dos londrinos mas de todos os conjuntos ingleses na generalidade; a decisão das 14 equipas restantes da Premier League, recusando a possibilidade de reforçarem a Superliga Europeia; o “abrir de porta” do presidente da UEFA para quem quisesse voltar atrás na decisão; e as sucessivas tomadas de posição de Boris Johnson, primeiro-ministro britânico, admitindo mesmo mudar a legislação para evitar que a nova competição viesse mesmo a arrancar – e que poderia trazer problemas de outro índole para o próprio Abramovich.
Poucos minutos depois, o Chelsea não era o único clube nesta situação e a imprensa inglesa dava conta também da saída do Manchester City pelas mesmas razões, num dia marcado pelas críticas do seu treinador, o espanhol Pep Guardiola, ao contexto da criação da nova prova. O rebuliço criado pela saída dos dois clubes fez com que os 12 fundadores da Superliga Europeia agendassem uma reunião de emergência para esta noite.