Houve mesmo fumo azul (literalmente) sobre quem será o primeiro dissidente entre os seis “dissidentes” da Premier League que se apresentaram como fundadores da Superliga Europeia: num dia marcado pelos protestos que juntaram centenas de adeptos nas imediações de Stamford Bridge para receberem a equipa antes do jogo com o Brighton, a BBC avançou ao final da tarde desta terça-feira que o Chelsea está a ultimar a saída da nova competição milionária menos de 48 horas depois de se ter apresentado como um dos 12 clubes fundadores.

O The Times fala num, o The Guardian diz que são dois (City e Chelsea): ingleses começam a saltar do barco da Superliga Europeia?

E numa fase em que tanto se fala sobre a evolução dos tempos, até como argumento utilizado por Florentino Pérez para justificar a criação da prova no atual contexto do futebol europeu, a notícia acabou por ser celebrada quase como se de um golo se tratasse no exterior do estádio, onde os blues vão receber esta noite o Brighton. Antes, centenas de adeptos abriram potes de fumo e entoaram cânticos entre várias mensagens pedindo para que os responsáveis do Chelsea voltassem atrás e desistissem da ideia de participar na Superliga Europeia. A BBC atualizou os dados da manifestação dos adeptos londrinos, contabilizando cerca de 1.000 pessoas presentes.

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De acordo com as notícias que começam a sair na imprensa britânica, a decisão veio do próprio dono do clube, Roman Abramovich, no seguimento de várias acontecimentos que foram contribuindo para o recuo: a reação dos adeptos, não só dos londrinos mas de todos os conjuntos ingleses na generalidade; a decisão das 14 equipas restantes da Premier League, recusando a possibilidade de reforçarem a Superliga Europeia; o “abrir de porta” do presidente da UEFA para quem quisesse voltar atrás na decisão; e as sucessivas tomadas de posição de Boris Johnson, primeiro-ministro britânico, admitindo mesmo mudar a legislação para evitar que a nova competição viesse mesmo a arrancar – e que poderia trazer problemas de outro índole para o próprio Abramovich.

Poucos minutos depois, o Chelsea não era o único clube nesta situação e a imprensa inglesa dava conta também da saída do Manchester City pelas mesmas razões, num dia marcado pelas críticas do seu treinador, o espanhol Pep Guardiola, ao contexto da criação da nova prova. O rebuliço criado pela saída dos dois clubes fez com que os 12 fundadores da Superliga Europeia agendassem uma reunião de emergência para esta noite.