O secretário de Estado das Infraestruturas disse quarta-feira existirem “mais de 1.600 postos de carregamento” de veículos elétricos pelo país, mas a nova rede da Brisa, com pontos ultrarrápidos, “mais do que duplica” os existentes nas autoestradas.

Tanto quanto sei, este projeto mais do que duplica as áreas de serviço equipadas e mais do que quadruplica o número de postos de carregamento existentes na própria Brisa, o que significa que é um esforço muito significativo”, elogiou o secretário de Estado Jorge Delgado.

Numa cerimónia na área de serviço de Almodôvar da Autoestrada do Sul (A2), no sentido Norte-Sul, onde foram esta quarta-feira inaugurados os primeiros postos carregamento elétrico ultrarrápido instalados numa autoestrada nacional, o que assinalou o início da rede Via Verde Electric, o governante considerou que este projeto “só pode ter uma consequência”.

“Tornar toda a mobilidade elétrica muito mais atrativa e, portanto, com isso, muito mais utilizada“, continuou o secretário de Estado das Infraestruturas, defendendo que “o futuro é a mobilidade elétrica e sustentável”.

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Em 2015, segundo o governante, foi criada a rede de mobilidade elétrica MOBI.E, para carregamento de veículos elétricos, caracterizada por ter “acesso universal” e “por ser interoperável”, que “tem já mais de 1.600 postos de carregamento pelo país“.

“E aquilo que estamos aqui a fazer, no fundo, é a continuidade desse processo”, acrescentou, reconhecendo, até agora, na rede autoestradas, ainda não havia “uma densidade, um nível de postos de carregamento elétrico considerável”.

Tornava-se necessário melhorar esse aspeto “para vencer aquilo que faz com que as pessoas não optem, de forma tão fácil, por uma opção elétrica quando compram o seu carro, que é a famosa ‘ansiedade elétrica’ ou ‘ansiedade de alcance'”, salientou o governante. Isto é, o sentimento que é gerado por “não sabemos, com toda a fiabilidade, se vamos ser capazes de fazer a nossa viagem integral de autoestrada e ter, quando precisarmos, um ponto de acesso a carregamento elétrico”, completou.

Com estes postos de carregamento ultrarrápido, que permitem carregar o automóvel elétrico ou híbrido num período de tempo até 15 minutos, “é qualquer coisa que, de facto, já quase não dá tempo de ir tomar café“, disse Jorge Delgado.

Esta quarta-feira foram inaugurados os primeiros quatro postos (nas áreas de serviço de Almodôvar nos dois sentidos da A2), com uma potência de 350 kilowatts (kW), mas a rede Via Verde Electric da Brisa contempla, no total, 84 postos de carregamento ultrarrápido, em 21 áreas de serviço, num investimento global de cerca de 10 milhões de euros.

O presidente executivo da Brisa, António Pires de Lima, salientou que “a venda das viaturas elétricas está num grande crescimento” em Portugal “em que, este ano, deve atingir “uma quota de mercado de veículos novos de quase 20%”.

É preciso contribuir para que os proprietários de viaturas elétricas percam a ansiedade da distância, a ‘ansiedade elétrica’ e se atrevam a sair com tranquilidade, com segurança, das cidades, para poderem fazer as suas viagens normais, nomeadamente as suas viagens de verão”, disse.

E “sabendo que, num espaço máximo de 80 a 100 quilómetros, dispõem de paragens nas áreas de serviço” onde podem “carregar o seu carro num tempo relativamente curto, 10 a 15 minutos”, continuando depois a viagem, acrescentou.

O presidente executivo da Brisa revelou que, até ao verão, estarão em funcionamento 24 destes postos, distribuídos por seis áreas de serviço, sendo os restantes que integram a rede, que abrange mais sete parceiros, operacionais “até ao final do ano”.