Os serviços da comissão parlamentar de inquérito à gestão do Novo Banco não conseguiram entrar em contacto com dois dos grandes devedores que os deputados querem ouvir em audição. São eles Nuno Vasconcellos, o dono da Ongoing, e João Gama Leão, acionista da construtora Prebuild. A informação foi avançada esta quinta-feira pelo presidente da comissão de inquérito. Fernando Negrão adianta que, pela informação obtida, os dois estarão a residir no Brasil, mas não foi possível encontrar uma localização. E deixou um apelo aos deputados que tenham alguma informação útil para a fornecer sobre como contactar os dois empresários.

Mais caricata foi a tentativa frustrada de chamar ao Parlamento, António Barão da Silva que, segundo notícias de imprensa, foi sócio de empresas imobiliárias envolvidas na compra de imóveis ao Novo Banco pelo Fundo Anchorage. O fundo com sede nas ilhas Caimão ficou com a carteira de milhares de imóveis da operação Viriato realizada em 2018. E segundo uma notícia do Público, António da Silva Barão criou várias empresas que depois foram vendidas à Anchorage.

Novo Banco vendeu casas a fundo das Caimão e emprestou dinheiro para financiar compra — Fundo de Resolução pagou prejuízo da operação

Fernando Negrão descreveu todas as tentativas para convocar António Barão, incluindo mails, uma carta registada (assinada por uma mulher com o mesmo apelido), para além de telefonemas e contactos feitos com a associação Parlatório da qual será sócio. Mas sem resultados. Para o presidente da comissão de inquérito, “é notório que António Barão está a querer fugir”, daí que a audição para esta sexta-feira não se irá realizar.

Adiada, mas com uma justificação médica, fica também a audição ao presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, que pediu para ser ouvido depois de uma consulta. Na próxima semana, será contudo chamado Nuno Gaioso Ribeiro, ex-vice-presidente do Benfica que é dono da sociedade que gere o fundo que ficou com o património imobiliário de Vieira. Para a semana fica agendada para sexta-feira, a audição a Bernardo Moniz da Maia, um empresário da construção que também é um dos principais devedores do Novo Banco.

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