O novo projeto EcoEconomy 4.0, promovido pela Associação Empresarial de Portugal (AEP), propõe-se usar as tecnologias digitais da Indústria 4.0 para “reduzir o baixo conhecimento” das PME industriais das regiões Norte, Centro e Alentejo.

Orçado em mais de 700 mil euros, o projeto será apresentado na terça-feira e irá apostar em “áreas que constituem fatores críticos de inovação e competitividade sustentável, usando as tecnologias digitais da Indústria 4.0”, para apoiar as pequenas e médias empresas (PME) destas regiões economicamente mais desfavorecidas.

Segundo adiantou à agência Lusa fonte oficial da AEP, com o EcoEconomy 4.0 a associação pretende “mobilizar a força motriz da economia portuguesa para potenciar o cumprimento das metas nacionais e europeias, mostrando às empresas a importância de adotarem comportamentos numa lógica de economia regenerativa”.

O projeto apoia “o universo empresarial mais carente de intervenção, designadamente as PME, e atua no Norte, Centro e Alentejo, embora se esperem impactos positivos a nível nacional, tendo em conta os efeitos de disseminação previstos”, precisou.

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O EcoEconomy 4.0 irá focar-se em dois domínios temáticos com impacto na pegada carbónica (emissão de carbono) e na produtividade dos materiais (relação entre o consumo de materiais na economia e o Produto Interno Bruto (PIB)): a descarbonização/transição energética e a economia circular.

“Como área transversal, o projeto incluiu a análise das tecnologias digitais da Indústria 4.0, originando um triângulo crítico de inovação e competitividade sustentável, indutores de uma subida na cadeia de valor”, refere a AEP.

Entre os principais objetivos do EcoEconomy 4.0 estão, assim, “diagnosticar a situação atual das PME industriais” das regiões abrangidas e “as suas necessidades mais prementes em matéria de sustentabilidade ambiental”, para então “definir as áreas prioritárias de atuação” no âmbito da descarbonização/transição energética e da economia circular, bem como as tecnologias digitais da Indústria 4.0 que mais potenciam o desenvolvimento nessas áreas.

O projeto propõe-se ainda criar e disponibilizar ferramentas de diagnóstico e autoavaliação que permitam às PME fazerem um benchmarking setorial e evidenciarem as áreas de intervenção com maior potencial (em termos económicos e ambientais), assim como informação de benchmarking nacional e internacional “que inspire a criação de soluções inovadoras e aplicáveis a empresas”.

As prioridades passam ainda por “desmistificar ideias erradas que persistem nas mentes de empresários e gestores” nos domínios da descarbonização/transição energética e da economia circular, criar ferramentas que os ajudem a implementar novas soluções nestas áreas e promover redes de negócios compostas por PME e “orientadas para a exploração de oportunidades de sinergias, nomeadamente no domínio das simbioses industriais e na partilha de boas práticas de negócio”.

Em declarações à Lusa, o presidente da AEP disse acreditar que o novo projeto “será capaz de atrair mais empresas para o processo” e que “os impactos das atividades a desenvolver se farão sentir no tecido empresarial, tornando-o mais sustentável e competitivo”. “Tendo em conta que os planos nacionais de recuperação e resiliência vão dedicar pelo menos 37% dos gastos totais a investimentos e reformas que apoiem os objetivos climáticos, a AEP considera que o EcoEconomy 4.0 contribuirá ativamente para fazer chegar esta mensagem às PME portuguesas, garantindo uma transição justa e inclusiva, condição necessária para o sucesso”, salientou Luís Miguel Ribeiro.

O projeto EcoEconomy 4.0 é cofinanciado pelo Programa Operacional Competitividade e Internacionalização, através do Portugal 2020 e do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.