Yusaku Maezawa. O nome pode nada dizer-lhe, mas assim se chama o empresário japonês por detrás da última criação customizada da Rolls-Royce, o Phantom Oribe, um one-off concebido em colaboração com a reputada Hermès (como se o nível de personalização que o construtor britânico é capaz de proporcionar não bastasse), que tem a particularidade de ter sido encomendado para fazer conjunto com um jacto privado que o coleccionador de arte nipónico também adquiriu recentemente… E para que nada destoe nesta definição de luxo, até a cor verde que a Rolls criou propositadamente para o Phantom Oribe foi cedida para que também o avião privado alinhe na decoração.

Por fora e por dentro, a missão dos artesãos que se dedicaram a este Rolls-Royce sob medida foi nele reflectir a paixão que Yusaku Maezawa tem pela cerâmica esmaltada Oribe, característica do século XVI. O processo foi tudo menos simples, segundo o construtor de Goodwood, que realça que só o verde Oribe demorou “muitos meses” até chegar ao ponto de apreender o brilho esmaltado da louça japonesa que tanto apaixona o coleccionador.

Yusaku Maezawa, 45 anos, foi notícia em 2017, quando comprou uma pintura de Basquiat por 110,5 milhões de dólares. Coleccionador e apreciador de arte, tem uma fortuna avaliada em 2000 milhões de dólares (Forbes)

Ainda segundo o fabricante de luxo do Grupo BMW, o pedido do cliente foi bastante claro: Maezawa queria um “jacto para andar na estrada”, um avião sobre rodas que colocasse no asfalto o conforto e a exclusividade de quem viaja não em primeira classe, mas sim na sua própria aeronave. Como é o caso, aliás. Recorde-se que o empresário japonês já negociou com Elon Musk, CEO da Tesla e da SpaceX, uma ida à lua com vários artistas, naquela que será a primeira viagem comercial deste tipo, prevista para 2023.

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O resultado desta invulgar encomenda é um Phantom onde cada componente mereceu a atenção da Rolls-Royce de da Hermès, ao mais ínfimo detalhe. Do volante ao selector de velocidades, dos comandos do ar condicionado ao revestimento dos pilares interiores, tudo é revestido a pele – até o que o porta-luvas e e o compartimento da bagageira. Alta-costura, portanto, devidamente etiquetada com a inscrição Habillé par Hermès Paris na tampa do porta-luvas.

À parte da “indumentária” de griffe, a Rolls-Royce não refere quaisquer alterações na mecânica, pelo que o Phantom Oribe deve continuar a contar com o V12 de 6,5 litros com dois turbocompressores, capaz de entregar 571 cv às 5000 rpm e 900 Nm de binário, logo a partir das 1800 rpm. Números que permitem a este luxuoso “avião” acelerar dos 0 aos 100 km/h em 5,3 segundos e só parar nos 250 km/h porque a isso está limitado electronicamente, para voar baixinho.