O presidente do Chega disse este sábado, em Santarém, que o partido quer ser a terceira força política nas autárquicas e admitiu avançar com coligações onde “for necessário afastar” o PS da governação ou mesmo conquistar Câmaras ao PCP.

André Ventura falava à entrada para a reunião do Conselho Nacional do partido, que decorre neste sábado à tarde em Santarém, destinada à aprovação de contas, à análise do regulamento do congresso que se vai realizar no último fim de semana de maio em Coimbra e à discussão sobre o estabelecimento ou não de coligações com outros partidos, em particular o PSD, nos próximos atos eleitorais.

Afirmando que pessoalmente prefere que o Chega avance sozinho, Ventura disse que a definição de estratégias em termos de coligações é um dos pontos que está em cima da mesa.

“Nos casos em que for necessário para afastar o Partido Socialista da governação ou o Partido Comunista, no Alentejo, teremos essa possibilidade”, declarou.

“No Alentejo, estamos com muita firmeza, porque há a possibilidade real de ganhar Câmaras Municipais e é isso que vamos tentar fazer, nomeadamente nos distritos de Évora, Beja e Portalegre, onde a votação foi muito elevada nas presidenciais. Temos sondagens internas que nos dão em alguns sítios 30% da votação e é nisso que vamos apostar para ganhar Câmaras Municipais”, acrescentou.

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Na reunião de hoje, disse, os conselheiros nacionais vão analisar “como é que à direita se vai formar um bloco, sabendo que todos os outros estão contra” o Chega, mas estão cientes de “que precisam” de um partido que também preferia “estar sem eles”.

“É um bloco ‘sui generis’, digamos assim, à direita, que não existe à esquerda, em que não há este tipo de hostilidade”, afirmou, considerando “evidente para todos que sem o Chega não haverá maiorias parlamentares [à direita] em Portugal”.

Ventura disse que o Chega teve “contas certas no último ano” e que a “ambição de ser a terceira força política” vai levar a “um grande esforço de investimento no próximo ano e nestas autárquicas”.

Além da aprovação de contas, o Conselho Nacional de hoje discute também o regulamento para o congresso de Coimbra, o qual vai “procurar adaptar o partido aos desafios” que tem pela frente e atender “ao crescimento muito grande que houve de número de militantes”, bem como “aos problemas de indisciplina que também se têm verificado”.

“Queremos criar uma estrutura mais sólida e mais firme nessa defesa e preparar o partido para governar Portugal. É esse o objetivo do próximo congresso”, declarou.