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Paulinho escavou, procurou e encontrou, tal qual Indiana Jones que descobre um tesouro (a crónica do Rio Ave-Sporting)

Este artigo tem mais de 2 anos

Sporting venceu o Rio Ave, confirmou a Champions e está a 4 pontos do título. Paulinho esteve no lance do penálti, voltou aos golos e foi a grande figura de outra exibição competente dos leões (0-2).

Rio Ave FC v Sporting CP - Liga NOS
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O avançado português chegou ao segundo golo pelos leões

Getty Images

O avançado português chegou ao segundo golo pelos leões

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Rúben Amorim é um homem naturalmente inspirado. Chegou a uma equipa sem grande norte, a meio de uma temporada e depois de conquistar um troféu com o conjunto que orientava há escassos meses, e depressa soube organizar, preparar e adaptar a época seguinte. Uma época onde teve uma atuação calculista no mercado de transferências, a reforçar posições-chave; uma época onde coordenou juventude e experiência, com Nuno Mendes e Coates enquanto expoentes disso mesmo; e uma época onde fez da consistência a grande valia do grupo. Ainda assim, esta semana, Rúben Amorim olhava para fora do balneário à procura de inspiração.

Afinal, o futebol do Sporting entrava em campo dois dias depois de o futsal do Sporting conquistar a Liga dos Campeões. E era impossível, para o treinador de uma equipa que está a poucos dias de alcançar o que ninguém no clube alcança há 19 anos, não ficar inspirado com isso mesmo. “Já estamos habituados, o mister Nuno Dias não facilita a vida a ninguém aqui. Ninguém consegue ganhar o prémio de Treinador do Ano com ele. O Sporting tem grandes equipas mas eu acho que a equipa de futsal é a grande imagem do clube neste momento. Pelo que ganha, pela forma de estar, pelo seu treinador. E obviamente que nos inspiram. São, claramente, a grande equipa do nosso clube”, disse Rúben Amorim na antevisão da partida contra o Rio Ave, em Vila do Conde, esta quarta-feira.

Ficha de jogo

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Rio Ave-Sporting, 0-2

31.ª jornada da Primeira Liga

Estádio dos Arcos, em Vila do Conde

Árbitro: Fábio Veríssimo (AF Leiria)

Rio Ave: Kieszek, Ivo Pinto, Borevkovic, Aderllan Santos, Pedro Amaral (Sávio, 90′) (Carlos Mané, 45′), Filipe Augusto (Pelé, 79′), Guga, Francisco Geraldes (Gabrielzinho, 72′), Gelson Dala, Fábio Coentrão, Júnior Brandão

Suplentes não utilizados: Leo Vieira, Nélson Monte, Tarantini, Ronan David, Costinha

Treinador: Miguel Cardoso

Sporting: Adán, Gonçalo Inácio, Coates, Feddal, João Pereira (Luís Neto, 83′), João Palhinha, João Mário (Jovane, 76′), Nuno Mendes, Pedro Gonçalves (Daniel Bragança, 83′), Paulinho, Nuno Santos (Matheus Nunes, 54′)

Suplentes não utilizados: Luís Maximiano, Gonzalo Plata, Antunes, Eduardo Quaresma, Dário Essugo

Treinador: Rúben Amorim

Golos: Pedro Gonçalves (gp, 34′), Paulinho (63′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Filipe Augusto (23′), a Nuno Mendes (27′), a Aderllan (38′), a Feddal (42′), a Gelson Dala (74′), a Luís Neto (90+3′), a Júnior Brandão (90+4′), a Coates (90+4′); cartão vermelho direto a Tarantini (62′)

Amorim que, nas horas que antecederam o jogo, acabou ser surpreendido com boas notícias. Esta terça-feira, o Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol decretou um novo castigo para o treinador, durante um período de seis dias que o deixava de fora da visita ao Rio Ave, devido a declarações depois do encontro com o FC Porto em outubro. Na antevisão, não quis comentar, garantindo que não valia a pena dizer “o que está à vista de todos”. Recorreu para o Tribunal Arbitral do Desporto e, já esta quarta-feira e numa situação semelhante à do quinto cartão amarelo de Palhinha, viu o Tribunal Central Administrativo do Sul aplicar a suspensão do castigo com efeitos imediatos.

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Assim, Rúben Amorim estava no banco e podia assistir na primeira fila a mais uma final do Sporting — que precisava de vencer para pressionar o FC Porto, que no dia seguinte visitava o Benfica na Luz e, se perdesse pontos, abria a porta à conquista do título por parte dos leões já na próxima jornada. Sem Tiago Tomás, Pedro Porro e Bruno Tabata, todos lesionados, o treinador apostava em João Pereira na ala direita, para render o espanhol, e proporcionava a primeira titularidade ao experiente lateral desde que este voltou a Alvalade. João Mário regressava ao onze depois de ter sido poupado contra o Nacional, em detrimento de Daniel Bragança, e Adán e Gonçalo Inácio também voltava naturalmente às opções iniciais depois de terem cumprido castigo na jornada anterior. O jovem Dário Essugo aparecia no banco de suplentes e, do outro, Miguel Cardoso só fazia uma alteração em relação à equipa que empatou com o Portimonense no fim de semana, trocando Costinha por Ivo Pinto na direita da defesa, e não podia contar com Rafael Camacho, emprestado pelo Sporting.

O jogo começou com um ritmo interessante e ambas as equipas beneficiaram de pontapés de canto logo nos instantes iniciais. Embora a posse estivesse a ser essencialmente discutida na zona do meio-campo, a verdade é que tanto o Rio Ave como o Sporting tinham algum espaço para explorar através da profundidade: ambos nos respetivos corredores direitos, sendo que os vilacondenses aproveitavam as subidas de Nuno Mendes no relvado e os leões soltavam João Pereira quando a defesa adversária tombava para o lado contrário face aos desequilíbrios de Nuno Santos. A equipa de Rúben Amorim acabou por criar a primeira grande oportunidade do jogo, com um cabeceamento de Coates na sequência de um canto que esbarrou no poste (7′), e iniciou aí um período de maior superioridade.

Logo depois, Nuno Santos atirou para defesa de Kieszek na sequência de uma enorme jogada coletiva do Sporting (13′), com João Mário a abrir na direita em João Pereira, o lateral a cruzar de primeira para o segundo poste e Pote, com um amortecimento acrobático, a servir o colega de equipa. Palhinha também acertou no poste de cabeça, novamente a partir de um canto na esquerda (14′), e Pote obrigou o guarda-redes do Rio Ave a outra grande intervenção ao aparecer na grande área a rematar (29′). Os leões dominavam a partida nesta fase, com total domínio no meio-campo adversário e sem permitir que os vilacondenses tivessem posse ou tempo para construir a partir de trás, e grande parte disso devia-se a outra enorme exibição de Palhinha. O médio destacava-se mas também permitia que João Pereira, por exemplo, aparecesse em bom plano: o experiente lateral, que surgiu no onze face à ausência de Pedro Porro, ia tendo muito espaço no corredor direito e tinha uma influência positiva na toada ofensiva da equipa.

O momento decisivo da primeira parte acabou por aparecer à passagem da meia-hora. Na grande área do Rio Ave, Paulinho rematou já muito perto da baliza e a bola desviou no braço de Ivo Pinto: o avançado pediu de imediato grande penalidade, Fábio Veríssimo começou por nada assinalar e acabou por decretar penálti depois de ser chamado a analisar as imagens do VAR. Na conversão, Pedro Gonçalves abriu o marcador e igualou Seferovic no topo da lista de melhores marcadores da Liga, com 18 golos (34′). Antes do intervalo, Júnior Brandão ainda assinou o primeiro remate enquadrado do Rio Ave, com um pontapé de fora de área que Adán encaixou (41′), e Paulinho teve uma boa ocasião para aumentar a vantagem, num lance em que perdeu a noção da localização da bola depois de uma má abordagem de Kieszek (43′).

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do Rio Ave-Sporting:]

No arranque da segunda parte, Miguel Cardoso tirou Pedro Amaral e lançou Carlos Mané. O Rio Ave entrou melhor, com mais bola e mais presença no meio-campo adversário, e Rúben Amorim só esperou 10 minutos para colocar Matheus Nunes no lugar de Nuno Santos, com Pote a passar para o corredor esquerdo e o jovem médio a ficar na direita. O jovem médio teve desde logo uma boa oportunidade, com um cabeceamento ao lado (54′), e Paulinho voltou a procurar um golo com um remate rasteiro que Kieszek defendeu com os pés (59′).

Os ânimos no Estádio dos Arcos foram subindo de tom, principalmente depois de uma alegada falta de Palhinha sobre Carlos Mané que Fábio Veríssimo não assinalou e que deixou o banco do Rio Ave de pé. O árbitro da partida dirigiu-se novamente à comitiva vilacondense, depois na primeira parte já ter expulsado um elemento da equipa técnica, e mostrou o cartão vermelho direto a Tarantini. Logo depois, sem que o Rio Ave tivesse sequer tempo para se reorganizar, Paulinho encontrou o golo que há tanto tempo procurava: Inácio bateu um livre longo na defesa à procura da corrida de Pote, um defesa adversário aliviou para trás e o avançado, de primeira e fora de área, apontou um grande golo que aumentou a vantagem do Sporting (63′).

A partir daí, o jogo caiu em intensidade e qualidade, com o Rio Ave a ter mais bola, o Sporting a juntar as linhas e a compactar os setores e Miguel Cardoso a mexer novamente, com a entrada de Gabrielzinho para o lugar de Francisco Geraldes. Rúben Amorim, a um quarto de hora do final, também voltou a fazer alterações, lançando Jovane para tirar João Mário e puxando Matheus Nunes para o meio-campo, regressando Pote ao corredor direito. Até ao fim, Jovane ainda teve uma boa oportunidade para marcar (87′) e Coates e Júnior Brandão ainda se desentenderam, terminando a partida com um cartão amarelo para cada lado.

O Sporting venceu o Rio Ave em Vila do Conde, confirmou a presença na Liga dos Campeões da próxima temporada e ficou a quatro pontos de conquistar o título, podendo assistir da melhor forma à visita do FC Porto à Luz. Apesar de ter sido Pote a desbloquear o resultado, acabou por ser Paulinho a figura do jogo: o avançado dos leões esteve no lance que deu a grande penalidade, procurou sempre ser feliz, assinou diversos movimentos de rotura que o tornam um jogador muito completo e acabou por chegar ao segundo golo pelo Sporting. Tal qual um Indiana Jones que escava, procura e encontra o tesouro.

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