Jeffrey Epstein é o fantasma na relação de Bill e Melinda Gates, cujo divórcio foi anunciado há cerca de duas semanas. O jornal The Wall Street Journal revela agora que Melinda estava a consultar advogados de divórcio no final de 2019, na mesma altura em que as ligações de Bill a Esptein eram tornadas públicas — aquele que é um dos homem mais ricos do mundo começou a dar-se com o controverso milionário em 2011, depois deste já ter cumprido pena de prisão e estar registado enquanto criminoso sexual (em 2008, Epstein declarou-se culpado de ter procurado uma menor para prostituição e ficou 13 meses em prisão domiciliária).
Apesar de ter sido anunciado a 3 de maio, com um tweet onde se lia que Bill e Melinda já não acreditavam que podiam continuar a crescer juntos enquanto casal, aquele que já é um dos divórcios do ano está a ser desenvolvido nos bastidores há muito tempo. Melinda, de 56 anos, está a trabalhar com diferentes firmas de advogados desde 2019 para desfazer o casamento de mais de 25 anos — o casal tem três filhos em comum.
Melinda Gates reportedly 'furious' after she and Bill met with Jeffrey Epstein https://t.co/Z4GpI3NpnB pic.twitter.com/5JfAaOeoRv
— New York Post (@nypost) May 8, 2021
Nos primeiros meses de 2020, o agora ex-casal já estava a dividir a vasta fortuna, com equipas de ambos os lados a encetar discussões com um mediador para orquestrar a separação. À data, os advogados de Melinda já incluíam nomes como Robert Stephan Cohen, conhecido por representar, entre outros clientes, Ivana Trump no respetivo divórcio. Do outro lado da barricada, Bill contratou Ronald Olson, que já antes trabalhou para Mark Zuckerberg.
Embora não se conhecendo a razão do divórcio, fontes garantem ao jornal já citado que um motivo de preocupação de Melinda, já desde 2013, era precisamente a relação do então marido com Jeffrey Epstein, que morreu na prisão em agosto de 2019 — era suspeito de controlar um esquema de tráfico sexual e aguardava julgamento por abuso e tráfico de menores. Também o Daily Beast dá destaque ao assunto, referindo que, após um encontro entre o casal e Epstein, Melinda ficou furiosa e contou aos amigos que não queria nada com o financeiro já condenado.
Bill e Melinda Gates. O princípio, o meio e o fim de um casamento de milhares de milhões de dólares
O The New York Times pôs a descoberto a relação entre Bill e Epstein, em outubro de 2019, revelando que os dois encontraram-se em diversas ocasiões. Numa delas, o prodígio da informática que se tornou num dos homens mais ricos chegou a ficar até tarde na casa de Epstein em Manhattan. À data da revelação, uma porta-voz de Gates garantiu que os dois tinham estado juntos para discutir questões relacionadas com filantropia e que Bill se arrependia de ter usufruído da companhia de Epstein, reconhecendo a situação como um “erro de julgamento”.
Melinda e Bill estiveram enquanto casal com o magnata caído em desgraça em 2013, assegura um antigo funcionário da Gates Foundation ao WSJ. Apesar de Melinda assumir o desconforto perante a relação com Epstein, o marido e outros trabalhadores da fundação continuaram a vê-lo. Em setembro de 2019, questionado sobre a sua relação com o financeiro condenado por crimes sexuais, Bill Gates limitou-se a dizer: “Encontrei-me com ele. Não tinha qualquer relação empresarial ou amizade com ele”. Cerca de dois anos depois, o seu porta-voz garante que o empresário mantém as afirmações do passado.
Com ou sem Epstein, o casal já antes começara a traçar caminhos mais independentes, até dentro da própria fundação a que dão o nome, tal como conta o The New York Times, com Melinda a dedicar mais tempo a questões relacionadas com as mulheres e Bill a focar-se em projetos de energias renováveis. Além disso, já antes Melinda tinha dado a entender que era difícil competir com a atenção que o marido gerava quando ambos estavam debaixo dos holofotes — no livro “The Moment of Lift”, publicado em 2019, ela admite dificuldades em encontrar a sua própria voz quando falava ao lado do marido.
De acordo com a Forbes, Bill Gates é, atualmente, a quarta pessoa mais rica do mundo, com uma fortuna avaliada em 130,5 mil milhões de dólares (cerca de 107 mil milhões de euros). O casal concordou com um contrato de separação para dividir os seus muitos ativos e garante que vai continuar a trabalhar em conjunto na gigantesca fundação que criaram.