O português Nelson Oliveira (Movistar) aproveitou nesta quarta-feira a quinta etapa da Volta a Itália em bicicleta para subir a terceiro na geral, após uma queda que mandou o favorito espanhol Mikel Landa (Bahrain Victorious) para o hospital.
O australiano Caleb Ewan (Lotto Soudal), de 26 anos, venceu a tirada ao cumprir os 177 quilómetros entre Modena e Cattolica em 4:07.01 horas, batendo sobre a meta dois italianos, Giacomo Nizzolo (Qhubeka ASSOS), segundo, e Elia Viviani (Cofidis), terceiro.
O sprint acabou por ser uma questão “secundária” na etapa, fruto de uma série de curvas, rotundas e colocações questionáveis de mobiliário urbano no traçado da etapa nos últimos quilómetros, transformando o final numa “chicane” perigosa para o pelotão.
A chegada a Cattolica assemelhou-se a um “festival” de quedas, do russo Pavel Sivakov (INEOS), que parecia ter capotado, à queda, a alta velocidade, que “vitimou” o norte-americano Joe Dombrowski (UAE Emirates), que era segundo na geral, posição que perdeu ao chegar oito minutos depois do vencedor, e ainda líder da montanha, e o espanhol Mikel Landa.
O líder da Bahrain Victorious não terminou a etapa, abandonando o Giro após a queda violenta, com o espanhol, tido como um dos grandes favoritos à vitória final, a ser transportado de ambulância para o hospital.
O diretor desportivo da Bahrain, Franco Pellizotti, explicou depois da etapa que não se sabe, ainda, se o ciclista fraturou um pulso ou a clavícula, com a equipa a ter de reconfigurar a abordagem à prova depois da perda do líder, apostando no espanhol Pello Bilbao e no italiano Damiano Caruso.
Nas contas da geral, em que o italiano Alessandro de Marchi (Israel Start-Up Nation) manteve a camisola rosa que arrebatou na terça-feira, o novo segundo classificado é o belga Louis Vervaeke (Alpecin-Fenix), a 42 segundos, enquanto Nelson Oliveira, que foi 19.º na tirada, subiu um posto, para terceiro.
No sprint propriamente dito, Ewan apareceu finalmente nesta edição da “corsa rosa”, ao vir de trás para ultrapassar vários candidatos e vencer, num dia em que o belga Tim Merlier (Alpecin-Fenix) perdeu a camisola dos pontos, a “maglia ciclamino”, para Giacomo Nizzolo, após ser “encostado” na aproximação à meta.
Na chegada a Cattolica, onde Acácio da Silva, antigo líder do Giro, venceu em 1984 a Coppa Placci, o australiano impôs-se e somou o quarto triunfo na ‘corsa rosa’, a juntar a cinco na Volta a França, uma vitória que foi “um alívio”, disse.
“Quero ganhar nas três grandes Voltas, e o primeiro dia ao ‘sprint’ não correu nada bem, por isso havia pressão em mim e na equipa. […] Acho que mostrei que tinha as melhores pernas no final”, declarou.
Além de Nelson Oliveira, os outros portugueses também chegaram integrados no pelotão e recuperaram posições na geral, com João Almeida, 40.º na etapa, a subir ao 38.º lugar da geral, já a 5.38 minutos do “maglia rosa”, e Ruben Guerreiro (Education First-Nippo), 95.º, a subir ao 31.º da geral, a 3.16.
Na quinta-feira, a sexta etapa liga Grotte di Frasassi a Ascoli Piceno em 160 quilómetros, com chegada em alto e traçado acidentado, antevendo-se mais mexidas nos primeiros postos da classificação geral.