O Campeonato tinha terminado poucos minutos antes, houve ainda uma espécie de homenagem de despedida a João Pereira (que ficará na estrutura leonina mas como técnico de um conjunto da formação) e Rúben Amorim foi questionado sobre a preparação a próxima temporada. “Obviamente já temos uma ideia mas também passa pelas saídas”, destacou. E utilizou depois o exemplo do lateral de 37 anos para explicar a lógica das escolhas: “Não vou dizer posições mas se o João Pereira saiu agora, temos de contratar alguém porque ainda temos de trabalhar gente na formação para aquela posição, não há ninguém preparado para colmatar aquele posto”.

Ricardo Esgaio é a prioridade para colmatar a vaga, podendo abrir-se mais um negócio com o Sp. Braga e com um jogador que continua com 20% dos direitos económicos a pertencer aos leões. Mas o lateral direito não será o único reforço, havendo espaço pelo menos para mais quatro contratações para aumentar os recursos do plantel para uma época com mais encontros oficiais e com outro tipo de competitividade com o regresso à Champions. É por isso que, a nível de saídas, a Sporting SAD prevê fazer uma grande venda com o lateral Nuno Mendes, além dos encaixes conseguidos com jogadores excedentários como o defesa Rosier, cedido esta época ao Besiktas. Essa venda, aliás, poderá envolver também ela um empréstimo nos moldes de Pedro Porro – internacional que, até junho de 2022, passará a ser a título definitivo do conjunto verde e branco a troco de 8,5 milhões.

Os responsáveis leoninos acreditam que poderão fazer com Nuno Mendes, que deverá marcar agora presença no Campeonato da Europa, uma venda como a de Bruno Fernandes e é em Inglaterra que estão os principais clubes a seguir o jogador. Certo é que, apesar da entrada direta na Liga dos Campeões (que rende à cabeça 25 milhões de euros, somando-se depois o market pool e os resultados desportivos) e do provável encaixe com o jovem de 18 anos, o Sporting não irá gastar mais do que 25 a 30 milhões no reforço do plantel e não irá aumentar muito o orçamento, com as verbas restantes a serem destinadas ao equilíbrio financeiro da SAD e a algumas renovações que serão negociadas nas próximas semanas com Coates, Tiago Tomás ou Pedro Gonçalves.

Os mesmos guarda-redes, com Luís Maximiano a crescer na sombra

O lote de guarda-redes não deverá sofrer alterações para a próxima temporada, ficando Adán como o número 1 depois de uma grande época de estreia e Luís Maximiano na “sombra” do espanhol. André Paulo, que teve agora em Alvalade a oportunidade de fazer o primeiro jogo pelo conjunto principal, mantém-se também como aposta mas esta é uma posição onde existe maior trabalho para a fazer a nível de deteção e recrutamento de novos talentos, à semelhança do que já tem acontecido com Diego Callai, de 16 anos, que está na equipa Sub-23. Apesar de não estar a ser opção como tinha acontecido em 2019/20, Luís Maximiano renovou contrato em novembro até 2025 e poderia até ser emprestado para ter mais minutos, o que obrigaria depois a recrutar outro guarda-redes no mercado, mas o aumento do número de encontros dará também margem para ter mais oportunidades.

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A aposta em Ricardo Esgaio e o sucessor para Nuno Mendes na esquerda

A situação de Feddal é ainda uma dúvida em Alvalade, não para a próxima temporada mas na tentativa de fazer uma extensão do vínculo até 2023 como está contratualizado. De resto, e entre os centrais, Eduardo Quaresma poderá sair para rodar uma temporada por empréstimo, o que abriria espaço para a chegada de outro central, neste caso com uma maior experiência tendo em conta o reforço de uma posição nevrálgica na equipa e já com três jogadores acima dos 30 anos. Nas laterais, são esperadas duas entradas para colmatar uma saída certa e outra por confirmar: Ricardo Esgaio, confirmou o Observador, é a grande prioridade do Sporting para ocupar a vaga deixada em aberto por João Pereira e ser opção para o lado direito com Porro (sendo que os minhotos já contrataram o seu irmão ao Belenenses SAD, Tiago Esgaio); na esquerda, perante a possível venda de Nuno Mendes, há alternativas identificadas para a posição mas neste caso privilegiando mais o mercado externo.

Segurar João Mário, testar uma nova solução e a dúvida em torno do ‘6’

O Sporting vai fazer um esforço para conseguir ficar com João Mário, médio que esteve emprestado pelo Inter na presente temporada e que termina a ligação contratual com os italianos em 2022 sem que exista interesse por parte dos agora campeões transalpinos em renovar contrato. No entanto, há dois problemas: o valor pedido pelo conjunto nerazzurri e o interesse de outras equipas europeias no jogador, que antes de chegar a acordo com o Sporting teve nas mãos várias outras propostas bem mais vantajosas. No meio-campo, a grande dúvida passa por perceber a capacidade interna que existirá ou não em encontrar uma alternativa a João Palhinha na posição ‘6’, tendo em conta o peso do jogador na equipa e o maior número de jogos oficiais pela frente: Dário Essugo é uma aposta forte para o futuro mas tem apenas 16 anos, Matheus Nunes tem sido mais utilizado como médio box to box e não tanto posicional, Daniel Bragança tem características distintas do internacional. Ainda assim, a grande novidade pode passar pela opção mais sustentada num modelo de 3x5x2, que tira argumentos no último terço mas dá outra capacidade de posse e gestão dos momentos do jogo que o 3x4x3 não consegue fazer tanto.

O setor com mais reforços (sem pensar na hipótese Ronaldo) e a situação de Jovane

Jovane Cabral é nesta fase o assunto em cima da mesa com maior urgência e com dois cenários: 1) renovar o contrato que acaba em 2023, com correspondente aumento salarial e da cláusula de rescisão; 2) aproveitar este mercado para vender e tirar a mais valia possível aproveitando a conquista do título. Em relação a Tiago Tomás e Pedro Gonçalves, o caminho é outro: assinar novos contratos apesar da extensão longa dos seus vínculos para melhorar as atuais condições salariais e garantir que só saem pela cláusula. Com a contratação de Paulinho, a ideia passa por encontrar um outro avançado também com características mais móveis e mais um criativo que fosse capaz de ocupar várias posições no terreno. Carlos Mané, avançado formado nos leões e que está nesta fase no Rio Ave, é um dos nomes referenciados por Rúben Amorim mas existem outros jogadores observados não só na Europa mas também na América do Sul. A hipótese Ronaldo não está em equação para 2021/22.