Os Estados-membros da União Europeia testaram esta de manhã um cenário de “crises no ciberespaço” numa simulação para exercitar a resposta coordenada a “ciberataques transfronteiriços em larga escala“, anunciou o Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS).

O exercício foi organizado por Portugal no âmbito da Presidência Portuguesa da União Europeia, adiantou o CNCS em comunicado esta quarta-feira.

“Trata-se do primeiro exercício da UE dirigido à recém-criada CyCLONe — Rede de Organização de Ligação para Crises do Ciberespaço da EU. Neste sentido, quando ocorre uma crise transfronteiriça no ciberespaço em larga escala, os contactos desta Rede ligam o nível técnico — Rede de CSIRTs, ao nível político, com o objetivo de apoiar a gestão coordenada desses incidentes e crises de cibersegurança, ao nível operacional”, lê-se no comunicado.

O documento acrescenta que há ainda o objetivo de garantir o “intercâmbio regular de informações entre os Estados-membros e as instituições, organizações e agências da União Europeia“.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Os ciberataques em Portugal aumentaram 79% em 2020 em relação ao ano anterior, revelou o CNCS no seu relatório anual divulgado na terça-feira, salientando o aumento dos ataques aos bancos e que a tendência é para piorar.

No relatório, que se centra em 2020, o Centro afirma que o crime online ganhou “vantagem com os vários confinamentos sociais“. Enquanto a atividade económica abrandou, com milhões de pessoas a usar meios eletrónicos para trabalhar, os incidentes aumentaram e é de esperar que o seu número não volte a diminuir.

É expectável que algumas ameaças tenham vindo para ficar, nomeadamente no que diz respeito ao volume de incidentes e a alguns modos de atuação” que se podem tornar mais imprevisíveis, avisa o CNCS.

Muitas das ciberameaças continuarão, fruto da “persistência da pandemia e dos seus efeitos“, e aproveitarão as “vulnerabilidades provocadas pelo trabalho remoto e pela importância acrescida da esfera digital e de setores como a banca e a saúde” em regime de acesso remoto, indica-se no relatório.

Os 1.347 incidentes identificados em 2020 representam um aumento de 79%, “acentuando o ritmo de subida que já se verificava nos anos anteriores, mas se se contarem aqueles que aproveitam “vulnerabilidades” que permitem a uma atacante fazer ações que não lhe seriam permitidas, o valor atinge 1.418, representando um aumento de 88%.