Após o Twitter ter limitado “temporariamente algumas das funções” da conta de André Ventura por doze horas, o líder do Chega voltou este sábado à rede social e promete que vai “propor no Parlamento que as redes sociais estejam proibidas, em território português, de fazer censura, suspender ou eliminar contas por motivos político-ideológicos”.

Na origem da suspensão, esteve um tweet em que o deputado reagiu ao facto de o ministro da Administração Interna ter suspendido a execução da pena aplicada ao agente da PSP Manuel Morais por ter chamado, no seu Facebook pessoal, “aberração” ao líder do partido Chega. Ventura partilhou a notícia na rede social e acrescentou: “Se é assim que vive a III República, eu também acho que Eduardo Cabrita devia ser decapitado!”, numa resposta ao agente que defendeu nas redes sociais a “decapitação” de racistas.

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Perante a publicação, o Twitter considerou que houve uma “violação das regras” da rede social e limitou por 12 horas o acesso a “funções da conta”. Perante as limitações, o líder do Chega consegue enviar mensagens e navegar na rede social, mas não pode fazer tweets, retweets, meter gostos ou seguir pessoas.

O líder do Chega diz tratar-se de uma “verdadeira censura do século XXI que só funciona para um lado” e lamenta que não seja usado “o mesmo critério para as publicações que ameaçam e ofendem o deputado”.

Pedro Frazão, vogal da direção do Chega, fez um retweet da publicação de André Ventura e também viu a conta temporariamente limitada.

MAI suspende execução da pena aplicada ao polícia que chamou “aberração” a André Ventura

O ministro da Administração Interna suspendeu a execução da pena aplicada ao agente da PSP Manuel Morais por ter chamado, no seu facebook pessoal, “aberração” ao líder do partido Chega e que defendeu a “decapitação” dos racistas, confirmou esta quinta-feira à agência Lusa fonte do Ministério.

Em março, o diretor nacional da Polícia de Segurança Pública confirmou a pena disciplinar de 10 dias aplicada pelo comandante da Unidade Especial de Polícia ao agente do Corpo do Intervenção Manuel Morais.

Manuel Morais, que denunciou a existência de racismo na PSP e ativista antirracismo, recorreu ao ministro da Administração Interna, mas, como o recurso não tem efeito suspensivo, teve de cumprir a pena de 10 dias na altura e entregar a arma. Fonte do MAI referiu que Eduardo Cabrita não anulou a pena, mas suspendeu a sua execução, dando “provimento parcial” ao recurso apresentado e o salário que lhe foi descontado referente aos dez dias de suspensão vai ser reposto.

Notícia atualizada às 14h45 com o regresso de Ventura ao Twitter