O jornalista que seguia a bordo do avião da Ryanair que foi intercetado este domingo por autoridades bielorrussas, quando viajava da Grécia para a Lituânia — e que foi depois detido —, terá confessado crimes que cometeu no país ao organizar “manifestações em massa”, num vídeo filmado numa prisão e divulgado pelas estações de televisão estatais da Bielorrússia.
Roman Prostasevich, que tinha fugido para o estrangeiro por enfrentar uma pena de morte no seu país, aparece agora num vídeo divulgado pelas estações de televisão bielorrussas, no qual confessa os crimes.
No vídeo, o jornalista que é também blogger, ativista e conhecido crítico do regime de Alexander Lukashenko, garante que está bem de saúde e que está a ser bem tratado na prisão em que se encontra, em Minsk. Como notam os analistas e repórteres internacionais, não se sabe ainda se as declarações são livres e sentidas ou se foram impostas pelas autoridades bielorrussas.
As predicted by @RyhorAstapenia in my article today (see below), arrested journalist Roman Prostasevich has already been rolled out in confession video. He says no problems with health, good treatment — but it's clear he’s not in a position to say otherwise. https://t.co/9L6R3Kh5A4 pic.twitter.com/gajDdKnPmg
— Oliver Carroll (@olliecarroll) May 24, 2021
O regime de Alexander Lukashenko garante que o avião foi desviado apenas porque uma ameaça de bomba motivou a intervenção. Segundo as autoridades bielorrussas, a milícia palestiniana Hamas terá sido a autora da ameaça que terá sido dirigida exatamente ao avião que transportava um jornalista e ativista há muito procurado pela Bielorrússia.
As autoridades internacionais condenaram veementemente o incidente e os líderes europeus estão reunidos esta segunda-feira e esta terça-feira em Bruxelas, para discutir possíveis sanções à Bielorrússia.